17 de novembro de 2024 14:25
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Linwei Ding, ex-engenheiro da Google, é acusado de ter obtido mais de 500 arquivos contendo informações confidenciais de inteligência artificial (IA) entre maio de 2022 e maio de 2023.

Linwei Ding, ex-engenheiro da Google, é acusado de ter obtido mais de 500 arquivos contendo informações confidenciais de inteligência artificial (IA) entre maio de 2022 e maio de 2023.

Ex-engenheiro de software da Google, Linwei Ding, foi preso em Newark, Califórnia, no último dia 06 de março, sob a acusação de roubo de segredos comerciais relacionados à inteligência artificial. O cidadão chinês, também conhecido como Leon, enfrenta um indiciamento federal em São Francisco que inclui quatro acusações de roubo de segredos comerciais, cada uma passível de pena máxima de 10 anos de prisão.

Ding é acusado de ter obtido mais de 500 arquivos contendo informações confidenciais entre maio de 2022 e maio de 2023. Esses dados, segundo o indiciamento, incluem detalhes sobre a infraestrutura de hardware e plataformas de software utilizadas pelos centros de dados de supercomputação da Google para treinar grandes modelos de inteligência artificial por meio de aprendizado de máquina.

A acusação alega que logo após o início das atividades de roubo, uma empresa chinesa em estágio inicial, especializada em inteligência artificial, ofereceu a Ding o cargo de diretor de tecnologia, com um salário mensal próximo de US$ 15.000, além de bônus anual e ações da empresa.

Durante sua estadia na China, que durou de outubro de 2022 até março de 2023, Linwei Ding participou de reuniões com investidores para levantar capital para a empresa Beijing Rongshu Lianzhi Technology. Em maio de 2023, ele fundou uma startup de inteligência artificial em Xangai.

Ao promover sua empresa na plataforma de mídia social chinesa WeChat, Ding afirmou: “Temos experiência com a plataforma de poder computacional de dez mil cartões da Google. Só precisamos replicá-la e atualizá-la e depois desenvolver mais uma plataforma de poder computacional adequada às condições nacionais da China”.

Investigadores da Google descobriram que Linwei Ding fez com que outro funcionário da empresa escaneasse seu crachá de acesso em três dias diferentes em dezembro de 2023, criando a impressão de que estava trabalhando nos escritórios da Google nos EUA quando na verdade ele ainda estava na China.

Inicialmente, Ding conseguiu evitar a detecção da Google ao transferir os dados para o aplicativo Apple Notes em seu MacBook e, posteriormente, convertê-los em PDF para upload em sua conta pessoal do Google Cloud. No entanto, em dezembro de 2023, ao fazer upload de mais arquivos da rede da Google para sua conta pessoal enquanto estava na China, a Google começou a suspeitar e logo abriu investigação interna.

Linwei Ding não revelou suas conexões com empresas chinesas, conforme afirmam os promotores que atuam no caso. Menos de uma semana após comprar uma passagem só de ida para Pequim, com partida marcada para 07 de janeiro, e renunciar à Google em 26 de dezembro, a empresa recuperou o laptop e o dispositivo móvel de Ding em sua residência, um dia antes de seu ultimo dia na empresa.

O caso está nas mãos da justiça americana, onde Ding vai responder por roubo de segredo industrial e ainda tem a possibilidade de ser acusado de espionagem industrial. As penas somadas podem chegar a 28 anos de prisão.

Fonte: Revista Exílio – Terça Livre.

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