Uma intensa onda de calor está se espalhando por vastas áreas do norte da China nesta semana, trazendo consigo temperaturas recordes, de acordo com as autoridades meteorológicas do país.
Essa onda de calor, que teve início no sábado (8), já provocou alertas meteorológicos do governo e ocorre após a primavera mais quente já registrada na China.
O observatório nacional emitiu um alerta laranja para altas temperaturas nesta segunda-feira (10), o que representa o segundo nível mais grave de alerta. O calor sufocante está afetando o norte do país.
No domingo (9), sete estações meteorológicas nacionais na província costeira de Shandong registraram as temperaturas mais altas já registradas para o início de junho. Além disso, as temperaturas no norte da província de Hebei e na região oeste de Xinjiang ultrapassaram os 40ºC, de acordo com o Centro de Serviço Meteorológico Nacional.
Prevê-se que essa onda de calor se intensifique ainda mais nos próximos dias, conforme comunicado pelo CSMN.
Os governos locais também emitiram alertas para a população.
Em Pequim, no sábado (7), foi emitido o primeiro alerta amarelo para altas temperaturas deste verão. Os residentes foram aconselhados a evitar sair de casa durante os períodos mais quentes do dia.
Esse alerta coincidiu com o término do exame nacional de admissão à faculdade, conhecido como “gaokao”, para dezenas de milhares de formandos do ensino secundário na capital chinesa. Sob o calor intenso, uma escola no distrito de Chaoyang, em Pequim, distribuiu sorvetes gratuitamente aos pais que esperavam do lado de fora do portão, conforme relatado pela mídia estatal.
Zheng Zhihai, meteorologista-chefe do Centro Nacional do Clima, afirmou ao jornal estatal Global Times que as temperaturas na maior parte da China deverão ser mais elevadas do que o normal neste verão, com um número maior de dias de calor intenso.
Essas altas temperaturas estão associadas ao fenômeno climático natural conhecido como El Niño, caracterizado por temperaturas oceânicas mais quentes do que a média no Pacífico equatorial.
A China registrou a primavera mais quente já documentada neste ano. A temperatura média nacional entre março e maio atingiu 12,3ºC, a mais alta desde que os registros começaram em 1961. Doze estações meteorológicas nacionais registraram temperaturas que bateram ou superaram recordes.
Enquanto isso, partes do sul da China enfrentam semanas de chuvas torrenciais. Na província de Guangdong, chuvas excepcionais causaram inundações mortais em abril. O tribunal do Rio das Pérolas registrou a chegada mais precoce da estação anual de cheias desde que os registros começaram em 1998.
Em 2023, a China também vivenciou o ano mais quente já registrado. Esse recorde ocorreu enquanto o maior poluidor do mundo enfrentava uma série de ondas de calor implacáveis e outros eventos climáticos extremos relacionados à crise climática causada pelo ser humano.
A temperatura média na China no ano passado foi de 10,7ºC, superando o recorde anterior de 10,5ºC estabelecido em 2021, de acordo com a agência de notícias estatal Xinhua. Esse calor excepcional na China reflete as tendências globais, com cientistas confirmando que 2023 foi oficialmente o ano mais quente já registrado, resultado dos efeitos combinados do El Niño e das mudanças climáticas.