3 de dezembro de 2024 13:56
HIV
Já foi identificada nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e na Bahia por pesquisa que nova variante do HIV circula no Brasil.

Já foi identificada nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e na Bahia por pesquisa que nova variante do HIV circula no Brasil.

Uma nova variante do HIV, vírus responsável pela Aids, foi identificada em pelo menos em três estados brasileiros, conforme pesquisa conduzida pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Rio de Janeiro.

O estudo, foi publicado nesta sexta-feira (16/08) na revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, encontrou essa nova variante híbrida em amostras de sangue de pessoas soropositivas nos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Bahia.

Durante a pesquisa, os cientistas analisaram uma amostra genética coletada ainda em 2019 de um paciente em tratamento em Salvador, Bahia, e identificaram fragmentos de duas linhagens distintas do HIV: os subtipos B e C. Ao comparar essas sequências genéticas com dados disponíveis em bancos científicos, foram descobertas outras três ocorrências com padrões muito semelhantes no Brasil.

A partir dos achados, a equipe conduziu um estudo de parentesco que revelou uma conexão entre as quatro amostras, levando à classificação da nova variante como CRF146_BC.

De acordo com os pesquisadores, a combinação dos subtipos B e C no organismo de um paciente pode ter dado origem a essa nova variante. A responsável pelo estudo, Joana Paixão Monteiro-Cunha, sugeriu que a nova variante provavelmente surgiu de uma coinfecção, quando os dois subtipos infectaram a mesma célula e, durante a replicação, formaram um híbrido, resultando no recombinante.

Monteiro-Cunha destacou a possibilidade de um único portador ter iniciado a disseminação dessa variante no Brasil, já que as amostras encontradas em diferentes regiões parecem derivar de um mesmo ancestral, o que indica uma propagação significativa no país.

No Brasil, os subtipos B e C do HIV são responsáveis por aproximadamente 80% das infecções, sendo o subtipo B o mais prevalente. No entanto, a nova variante apresenta uma predominância genética do subtipo C.

A pesquisadora apontou que essa predominância do subtipo C nas variantes recombinantes pode sugerir uma vantagem adaptativa ou replicativa, indicando uma pressão seletiva para a manutenção desse subtipo.

Apesar da descoberta, não há indícios de que o tratamento atual contra o HIV precise ser alterado, uma vez que os subtipos de HIV-1 não mostram grandes diferenças na resposta à terapia antirretroviral.

Monteiro-Cunha observou que combinações entre variantes do HIV circulam globalmente desde a década de 1980, com mais de 150 variantes recombinantes identificadas até hoje. A equipe de pesquisadores continuará monitorando o surgimento de novas variantes para contribuir com a vigilância e controle da disseminação do vírus.

Com Informaçõesda Revista Exilio.

Da Redação.

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