Acorda Brasil! EUA teriam interferido nas eleições de 2022

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Alegações de Mike Benz geram polêmica e debate, acorda Brasil!

Declarações de Mike Benz, ex-funcionário do Departamento de Estado dos Estados Unidos, trouxeram à tona uma polêmica sobre uma suposta interferência do governo de Joe Biden nas eleições presidenciais brasileiras de 2022. As afirmações, divulgadas pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em um vídeo postado nas redes sociais, sugerem que a administração Biden teria atuado para influenciar o cenário político brasileiro, incluindo interações com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até o momento, não há evidências oficiais que confirmem tais alegações, o que tem gerado intensos debates sobre soberania nacional e desinformação.

Contexto das Declarações de Mike Benz

Mike Benz, que atuou como chefe da divisão de informática do Departamento de Estado durante o governo de Donald Trump, afirmou em entrevista ao podcast The War Room, apresentado por Steve Bannon, que a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) teria desempenhado um papel crucial nas eleições brasileiras de 2022. Segundo Benz, a USAID, sob ordens da administração Biden, financiou esforços para controlar informações e censurar mensagens de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem ele descreve como um “Trump tropical”. Ele chegou a declarar que, sem a intervenção da USAID, Bolsonaro ainda seria presidente e o Brasil teria “uma internet livre e aberta”.

As declarações foram amplificadas por Eduardo Bolsonaro, que usou suas redes sociais para destacar a suposta interferência. Em sua postagem, o deputado escreveu: “Mike Benz expõe como a estrutura do governo Biden ‘desceu como abutres em cima do Brasil’ para dominar o tabuleiro político e interferir nas eleições de 2022, inclusive citando o TSE”. A narrativa ganhou tração entre apoiadores do ex-presidente, mas carece de provas documentais ou confirmações oficiais.

Reações e Tentativas de Investigação

As alegações de Benz desencadearam reações imediatas no Brasil. Deputados aliados de Bolsonaro, como Eduardo Bolsonaro e Gustavo Gayer (PL-GO), iniciaram a coleta de assinaturas para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar a suposta interferência da USAID. Até fevereiro de 2025, cerca de 70 assinaturas haviam sido coletadas, ainda insuficientes para atingir o mínimo de 171 necessário para abrir a CPI na Câmara dos Deputados.

Eduardo Bolsonaro também anunciou que sua equipe está preparando requerimentos de informação ao Ministério das Relações Exteriores (MRE) e ao TSE, além de denúncias formais à Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele defendeu que “transparência e soberania não podem ser negociadas” e pediu que o Itamaraty e órgãos de inteligência avaliem os riscos da alegada interferência.

Falta de Evidências e Críticas

Apesar da gravidade das acusações, especialistas e veículos de checagem de fatos, como o Aos Fatos, apontam que as declarações de Benz são baseadas em informações descontextualizadas e carecem de provas concretas. O relatório citado por Benz, publicado pelo site Civilization Works, foi criticado por usar fontes duvidosas e estabelecer falsas correlações. Por exemplo, Benz alega que a USAID financiou organizações como Sleeping Giants Brasil e Agência Lupa, mas o projeto mencionado, Jogo Limpo 2.0, foi patrocinado pelo YouTube, não por órgãos governamentais americanos.

O Estadão também refutou alegações de que funcionários americanos teriam trabalhado diretamente no TSE, esclarecendo que Benz não apresentou documentos que comprovassem suas afirmações. Além disso, a USAID esclareceu que sua única atividade no Brasil em 2022 foi uma missão técnica de observação eleitoral, sem qualquer poder de interferência nos resultados.

Contexto Político e Narrativas Antiglobais

As acusações de Benz e sua amplificação por bolsonaristas se encaixam em uma narrativa antiglobalista que une figuras como Jair Bolsonaro, Donald Trump e o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán. Essa narrativa sugere que agências como a USAID são usadas para promover agendas progressistas e minar governos conservadores. No Brasil, ela alimenta teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais em 2022, apesar de testes e auditorias confirmarem a lisura do processo.

Nos Estados Unidos, as declarações de Benz coincidem com esforços de aliados de Trump, como Elon Musk, para desmantelar a USAID, acusada de ser um braço do “deep state” globalista. Musk chegou a chamar a agência de “organização criminosa” em postagens no X.

Implicações para a Soberania Brasileira

O caso levanta questões sobre a soberania nacional e a influência de potências estrangeiras em processos democráticos. Embora as alegações de Benz não tenham sido comprovadas, elas reacendem o debate sobre a transparência nas relações internacionais e o financiamento de ONGs e mídia. Por outro lado, a ausência de evidências concretas sugere que a narrativa pode estar sendo usada para mobilizar bases políticas e desacreditar instituições como o TSE.

Enquanto as investigações não avançam, o Brasil enfrenta o desafio de separar fatos de desinformação em um cenário político polarizado. A polêmica reforça a importância de fontes confiáveis e da vigilância contra narrativas que, sem provas, podem comprometer a confiança nas instituições democráticas.

Fonte: Diário do Poder, Estadão, Poder360, Folha de S.Paulo, Aos Fatos, Gazeta do Povo, Revista Oeste e Postagens no X

Da Redação.

Jornalista


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