Alemanha Desperta: A Revolução Militar Pós-Ucrânia

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Do Pacifismo à Potência: A Nova Era da Defesa Alemã

Do Pacifismo à Potência Militar

Por décadas, a Alemanha evitou projetar poder militar, marcada pelo trauma de seu passado nazista e pelas restrições impostas após a Segunda Guerra Mundial. O Acordo Final sobre a Alemanha, assinado em 1990, limitou suas forças armadas a 370 mil militares ativos, com no máximo 345 mil no exército e força aérea, e proibiu o desenvolvimento de armas nucleares. Além disso, o país adotou uma postura antimilitarista, mantendo suas forças sob estrito controle civil e hesitando em participar de operações ofensivas. Até 2022, a Alemanha era criticada por sua relutância em enviar até mesmo equipamentos não letais, como capacetes, para zonas de conflito.

A Deterioração da Bundeswehr

Antes da invasão da Ucrânia, as forças armadas alemãs, a Bundeswehr, enfrentavam sérias críticas. Em 2019, a revista The Spectator descreveu o exército alemão como uma “piada completa”, incapaz de cumprir suas obrigações na NATO. Relatórios de 2022 do ex-Inspetor Geral Eberhard Zorn revelaram que apenas 30% dos helicópteros navais estavam operacionais, um terço dos caças funcionava, mais da metade dos veículos de infantaria Marder estava inativa, e apenas três dos seis submarinos podiam navegar. Essas deficiências expunham a vulnerabilidade de um país que, apesar de ser uma potência econômica, era militarmente frágil.

O Ponto de Virada: Zeitenwende

A invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022 marcou um divisor de águas. Três dias após o ataque, o chanceler Olaf Scholz anunciou no Bundestag o Zeitenwende – um ponto de virada histórico. Em um discurso que quebrou tabus, Scholz comprometeu 100 bilhões de euros para modernizar a Bundeswehr, prometeu superar a meta da NATO de 2% do PIB em gastos militares e autorizou o envio de armas letais à Ucrânia. “O mundo depois é diferente do mundo antes”, declarou, sinalizando o fim da era pacifista. Como disse um parlamentar, “quando o mundo muda, se você não muda com ele, você se torna irrelevante.”

Uma Transformação sem Precedentes

Nos meses seguintes, a Alemanha agiu rapidamente. Encerrou sua dependência de petróleo e gás russos, tornou-se o segundo maior doador financeiro à Ucrânia (atrás apenas dos EUA) e iniciou uma reformulação militar ambiciosa. Em 2024, o orçamento de defesa atingiu 88 bilhões de dólares, um aumento de 28% em relação a 2023 e quase 90% superior ao de uma década atrás. A Alemanha agora se prepara para ser o quarto maior investidor em defesa global, atrás apenas de EUA, Rússia e China.

O Novo Arsenal Alemão

A modernização inclui a aquisição de tanques Leopard 2A8, equipados com blindagem reativa e canhões de 120mm de alta precisão. A marinha investe nos submarinos U212CD, praticamente indetectáveis, enquanto a força aérea adquire 35 caças F-35A furtivos, capazes de carregar armas nucleares americanas sob o acordo de compartilhamento nuclear da NATO. Sistemas de defesa aérea, como o Patriot e o IRIS-T, também estão sendo ampliados, com o IRIS-T provando sua eficácia contra mísseis e drones russos na Ucrânia.

Além do Hardware: Tecnologia e Presença Global

A Alemanha está expandindo sua presença militar. Em um marco histórico, enviou uma brigada blindada de 5.000 soldados à Lituânia, posicionando tropas a menos de 200 km da fronteira russa – a primeira vez desde 1945 que mantém forças permanentes no exterior. Investimentos em guerra eletrônica, satélites espiões e inteligência artificial reforçam sua capacidade de monitoramento e neutralização de ameaças. Drones e sistemas autônomos estão sendo desenvolvidos para minimizar riscos a soldados.

Teste no Campo de Batalha

Em 2024, a fragata alemã Hessen entrou em combate no Mar Vermelho, abatendo drones Húti que ameaçavam navios mercantes. Foi a primeira ação de combate naval alemã desde a Segunda Guerra Mundial, demonstrando a nova disposição do país para projetar poder.

Consequências Geopolíticas

Analistas preveem que, até o final da década, a Alemanha pode ter a força terrestre mais poderosa da Europa Ocidental. Combinando seu peso econômico com capacidades militares renovadas, o país se posiciona como pilar da defesa europeia. Para Vladimir Putin, que via a Alemanha como um “anão militar”, essa transformação altera os cálculos estratégicos. A invasão da Ucrânia, ao invés de dividir o Ocidente, unificou a NATO e despertou um gigante adormecido.

Um Futuro Incerto

A remilitarização alemã levanta questões: será um fator de estabilidade, garantindo a paz na Europa, ou o início de uma nova corrida armamentista? A Alemanha de 2025, livre de suas antigas autolimitações, está determinada a assumir um papel militar proporcional à sua influência global. O futuro dirá se essa transformação fortalecerá a segurança europeia ou reacenderá tensões no continente.

O que você acha da remilitarização alemã? Será a chave para a paz na Europa ou o início de uma nova corrida armamentista? Comente e compartilhe suas opiniões!

Fonte: Inspirado em Realidade Militar.

Da Redação.

Jornalista


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