Bolsonaro aposta em TSE “isento” e ajuda internacional para 2026

Ex-presidente critica Justiça eleitoral e mira apoio externo em ato na Paulista
Em um ato na Avenida Paulista neste domingo (6/4), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reforçou sua estratégia para tentar reverter a inelegibilidade e disputar as eleições presidenciais de 2026. Durante o evento, que pedia anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, Bolsonaro criticou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acusou o Judiciário de perseguição política e mencionou esperar uma “ajuda internacional” após as eleições norte-americanas.
Aposta na mudança do TSE
Bolsonaro afirmou que a composição do TSE em 2025, sob a presidência do ministro André Mendonça (nomeado por ele ao STF), trará “isenção” ao processo eleitoral. “O ano que vem o TSE terá um perfil completamente isento, e poderemos confiar nas eleições”, declarou. O ex-presidente também questionou sua inelegibilidade, decretada após críticas ao sistema eleitoral em reunião com embaixadores, e comparou seu caso ao do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), também barrado pela Justiça Eleitoral.
Sinalização a aliados internacionais
Sem citar nomes, Bolsonaro sugeriu que uma vitória de Donald Trump nos EUA poderia influenciar seu cenário político. “Tenho esperança que de fora venha algo para cá”, disse, referindo-se a possíveis pressões externas. Ele ainda mencionou o filho, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vive nos EUA alegando perseguição, como um elo com “pessoas importantes” no exterior.
A fala ganhou tom de teor conspiratório quando Bolsonaro afirmou que sua ida aos EUA em dezembro de 2022 o salvou de um “golpe perfeito”: “Se eu tivesse ficado, seria preso ou assassinado em 8 de janeiro”. O ex-presidente também citou o caso de Filipe Martins, ex-assessor presidencial detido nos EUA sob suspeita de envolvimento em esquema golpista.
Discurso contra o “lawfare”
Bolsonaro ampliou o tom de vitimização ao afirmar que a direita global sofre perseguição judicial, citando os casos de Marine Le Pen (França), Donald Trump (EUA) e o romeno Calin Georgescu. “É o lawfare para calar nossas vozes”, declarou, repetindo narrativa usada por aliados.
O evento reuniu governadores bolsonaristas, como Tarcísio de Freitas (SP) e Romeu Zema (MG), além de familiares e figuras religiosas, como o pastor Silas Malafaia. Michelle Bolsonaro discursou pedindo “união” contra o que chamou de “opressão”.
Repercussão e memes
Um momento peculiar foi quando Bolsonaro tentou falar em inglês para criticar a prisão de “pipoqueiros e sorveteiros” por suposta tentativa de golpe. O vídeo viralizou, com usuários brincando sobre a pronúncia e o contexto da fala.
Enquanto isso, o STF mantém processos contra o ex-presidente por suposta tentativa de golpe em 2022. O discurso na Paulista reforça sua estratégia de mobilizar a base enquanto busca alternativas jurídicas e políticas para 2026.
Fonte: Metrópoles.
Da Redação.
Jornalista
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