Bolsonaro Chama Ato por Anistia do 8/1

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Ex-presidente convoca apoiadores para pressionar Congresso por anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023

Brasília, 5 de maio de 2025 – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após receber alta do Hospital DF Star, em Brasília, usou as redes sociais para convocar apoiadores a uma manifestação marcada para quarta-feira, 7 de maio, às 16h, na Torre de TV, com caminhada até o Congresso Nacional. O ato, intitulado “Marcha Pacífica da Anistia Humanitária”, busca pressionar pela aprovação de um projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília, exigindo um golpe militar para reverter a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) acusado de tentativa de golpe de Estado, agradeceu à equipe médica liderada pelo Dr. Cláudio Birolini, que o atendeu durante sua internação. “Volto para casa renovado. Meu próximo desafio: acompanhar a Marcha Pacífica da Anistia Humanitária”, escreveu no X, reforçando seu apoio à causa. A convocação ocorre em um momento de articulação intensa no Congresso, onde deputados da oposição, liderados pelo PL, buscam votos para aprovar o projeto de anistia, que também poderia beneficiá-lo diretamente, segundo juristas.

Contexto da Internação e Saúde

Bolsonaro foi internado em 11 de abril, após sentir fortes dores abdominais durante um evento do PL no Rio Grande do Norte. Diagnosticado com obstrução intestinal, foi transferido para Brasília dois dias depois. No dia 13, passou por uma cirurgia de 12 horas para desobstrução do intestino e reconstrução da parede abdominal, a sexta intervenção desde o atentado à faca sofrido em 2018. Durante sua recuperação na UTI, ele manteve atividade nas redes sociais, inclusive participando de uma live com apoiadores. Contudo, também foi intimado pelo STF, que o notificou sobre o início da ação penal relacionada aos eventos de 8 de janeiro. Após três semanas internado, Bolsonaro recebeu alta no domingo, 4 de maio, e afirmou estar “renovado” para o ato.

O Projeto de Anistia

O projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados, relatado por Rodrigo Valadares (União-SE), prevê anistia a todos que participaram, apoiaram ou financiaram os atos de 8 de janeiro, incluindo mobilizações em redes sociais e eventos anteriores ou posteriores relacionados. O texto também propõe alterações no Código Penal, exigindo prova de violência grave para acusações de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, além de garantir a manutenção dos direitos políticos dos condenados. Juristas, como Davi Tangerino, da Uerj, alertam que o projeto, por sua amplitude, poderia beneficiar Bolsonaro, acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de liderar uma trama golpista que culminou nos ataques. A oposição já reuniu 264 assinaturas para um pedido de urgência, mas o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), resiste em pautar a votação.

A Manifestação de 7 de Maio

A marcha será a primeira manifestação bolsonarista em Brasília desde os atos de 8 de janeiro de 2023. Organizada pelo pastor Silas Malafaia, aliado de Bolsonaro, o evento terá a participação de lideranças evangélicas, como Cláudio Duarte e Robson Rodovalho, e de figuras políticas, incluindo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Bolsonaro destacou que o ato será pacífico, estimando a presença de cerca de 2 mil pessoas. Além de pressionar pelo projeto de anistia, os organizadores planejam agradecer ao ministro do STF Luiz Fux, que defendeu uma pena mais branda no caso de Débora Rodrigues, condenada por pichar uma estátua durante os atos. A manifestação ocorre em meio a críticas ao STF, especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos do 8 de janeiro.

Veja a chama de vídeo:

Reações e Controvérsias

A convocação de Bolsonaro gerou reações polarizadas. Parlamentares governistas, como Carlos Zarattini (PT-SP), afirmam que o projeto de anistia “morrerá” no Congresso, destacando a denúncia da PGR contra Bolsonaro como um marco na defesa da democracia. Já aliados, como o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), intensificam esforços para aprovar o texto. No STF, o ministro Alexandre de Moraes já criticou a ideia de anistia, defendendo que a pacificação do país exige a responsabilização dos envolvidos. Pesquisas, como a Quaest, apontam que 56% dos brasileiros são contra a anistia, enquanto 34% a apoiam.

Impacto Político

A manifestação reforça a estratégia de Bolsonaro de manter sua base mobilizada enquanto enfrenta desafios judiciais, incluindo sua inelegibilidade até 2030 e o risco de condenação no STF. O ato também testa sua influência política, com a presença de governadores e parlamentares da direita, como Tarcísio de Freitas (SP) e Cláudio Castro (RJ), em eventos anteriores. A pressão pela anistia ocorre em um momento delicado, com o Congresso dividido e o governo Lula buscando consolidar apoio para barrar a proposta.

Fonte: BBC News Brasil, Metrópoles, Estadão e UOL.

Da Redação.

Jornalista


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