Bolsonaro  Chora e Apela por Anistia em Saída de Hospital

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Emocionado, ex-presidente defende manifestantes do 8 de janeiro

Brasília, 4 de maio de 2025 – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou o hospital DF Star, em Brasília, neste domingo, após uma cirurgia intestinal realizada em 13 de abril, e protagonizou um momento de forte emoção ao se dirigir a apoiadores e à imprensa. Visivelmente abalado, com lágrimas nos olhos, Bolsonaro fez um apelo contundente pela anistia dos manifestantes presos em decorrência dos atos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas. O discurso reforçou sua narrativa de defesa dos envolvidos e críticas ao Judiciário, em especial ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Contexto da Saída e Estado de Saúde

Bolsonaro, que enfrenta complicações de saúde desde o atentado sofrido em 2018, foi internado para tratar uma obstrução intestinal. A cirurgia, considerada bem-sucedida, exigiu um período de recuperação com restrições médicas, como evitar esforços físicos e aglomerações. Apesar disso, o ex-presidente fez questão de cumprimentar apoiadores que o aguardavam na saída do hospital, demonstrando disposição para manter sua agenda política ativa. Ele mencionou a possibilidade de participar da “Marcha Pacífica da Anistia Humanitária”, marcada para 7 de maio na Praça dos Três Poderes, mesmo que de forma simbólica. “Se tiver condições físicas, pelo menos lá na torre me faço presente”, declarou.

Defesa dos Manifestantes do 8 de Janeiro

O ponto central do discurso de Bolsonaro foi a defesa dos condenados pelos atos de 8 de janeiro. Ele destacou o caso de Débora dos Santos, condenada a 14 anos de prisão, para questionar a dureza das penas impostas. “A Polícia Federal vai lá pegar a Débora e deixar dois filhos chorando para trás, para ela cumprir o restante dos 14 anos de prisão?”, perguntou, emocionado. O ex-presidente comparou a situação dos manifestantes à de militantes de esquerda que, segundo ele, foram anistiados “dezenas de vezes” no passado, sugerindo um tratamento desigual por parte do sistema judiciário.

Bolsonaro também contestou a narrativa de que os atos de 8 de janeiro foram violentos ou imperdoáveis. “Não teve uma gota de sangue, arma de fogo, nada”, afirmou, minimizando a gravidade dos acontecimentos que resultaram em depredações e ameaças às instituições democráticas. Ele criticou a ideia de que a anistia seria um perdão para crimes graves, defendendo que os manifestantes merecem uma revisão de suas condenações.

Críticas a Alexandre de Moraes

Outro alvo de Bolsonaro foi o ministro Alexandre de Moraes, a quem acusou de dificultar sua defesa jurídica ao liberar tardiamente provas relacionadas ao 8 de janeiro. Segundo o ex-presidente, os documentos só foram entregues no final de abril, comprometendo a elaboração de sua argumentação. “Queria saber por que ele me vincula ao 8 de janeiro, uma vez que eu estava nos Estados Unidos”, questionou, reiterando que não estava no Brasil durante os atos. As críticas a Moraes reforçam uma tensão de longa data entre Bolsonaro e o STF, que tem investigado o ex-presidente e seus aliados por suposta tentativa de desestabilização das instituições.

Veja o Vídeo:

Repercussão e Contexto Político

O apelo de Bolsonaro por anistia ocorre em um momento de polarização política no Brasil, com debates acalorados sobre a responsabilidade pelos eventos de 8 de janeiro. Seus apoiadores veem os manifestantes como “patriotas” injustiçados, enquanto críticos argumentam que a anistia poderia enfraquecer a democracia ao minimizar a gravidade dos ataques. A “Marcha Pacífica da Anistia Humanitária” deve reunir bolsonaristas em Brasília, reacendendo discussões sobre o tema.

Analistas políticos apontam que o discurso emocionado de Bolsonaro pode ser uma estratégia para manter sua base mobilizada, especialmente após meses de desafios jurídicos e de saúde. Sua insistência na narrativa de perseguição judicial reforça a conexão com apoiadores que enxergam no ex-presidente uma vítima do sistema. No entanto, adversários alertam que a defesa da anistia pode ser interpretada como uma tentativa de deslegitimar as investigações do STF.

Bolsonaro, mesmo em recuperação, demonstrou que segue ativo no cenário político. Sua saída do hospital não foi apenas um marco em sua recuperação física, mas também uma oportunidade para reforçar sua mensagem de resistência e apoio aos aliados. A marcha de 7 de maio será um termômetro da capacidade do ex-presidente de mobilizar sua base em torno da causa da anistia, enquanto o Brasil observa os desdobramentos dessa nova capítulo da polarização política.

Fonte: Metrópoles.

Da Redação.

Jornalista


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