Comissão de Ética aprova cassação de Glauber Braga

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Decisão acirra tensão política na Câmara e gera protestos

A Comissão de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta quarta-feira (9), o parecer que recomenda a cassação do mandato do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). A decisão, que ainda depende de votação no plenário, acirrou os ânimos no Congresso e levou o parlamentar a iniciar uma greve de fome em protesto.

A votação na Comissão de Ética terminou com 13 votos a favor da cassação e 5 contra, após uma sessão marcada por debates acalorados e tentativas de adiamento por parte da oposição. O relator do processo, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), defendeu a perda do mandato de Glauber Braga sob a alegação de “quebra de decoro parlamentar”, citando embates verbais agressivos e confrontos com autoridades.

Greve de Fome e Protesto Político

Antes mesmo da votação, Glauber Braga anunciou que iniciaria uma greve de fome como forma de resistência. O parlamentar, visivelmente emocionado, declarou:

“Estou o dia inteiro em jejum. E a partir de agora, até o fim desse processo, não me alimentarei. Esta é uma decisão irrevogável. Não serei derrotado pelo orçamento secreto.”

Glauber atribui a decisão da Comissão de Ética a uma retaliação política, devido às suas críticas contundentes ao “orçamento secreto” e à atuação do Centrão no Congresso. Ele é conhecido por discursos inflamados contra acordos orçamentários opacos e alianças entre a base governista e partidos fisiológicos.

Tentativas de Adiamento e Tensão na Sessão

A reunião foi marcada por protestos da bancada do PSOL e da oposição, que tentaram adiar a votação. Alguns deputados chegaram a pedir o início imediato da ordem do dia no plenário, o que forçaria a suspensão da sessão da Comissão de Ética. No entanto, o atraso na abertura da sessão plenária permitiu que a votação seguisse adiante.

Após a decisão, Glauber Braga permaneceu no local, afirmando que não deixaria o espaço e manteria seu protesto como forma de resistência.

Próximos Passos: Votação no Plenário

Com a aprovação na Comissão de Ética, o processo agora segue para o plenário da Câmara, onde serão necessários pelo menos 257 votos (maioria absoluta) para confirmar a cassação. Ainda não há data definida para a votação, mas a defesa do parlamentar já articula apoios entre bancadas de esquerda e parte do centro, argumentando que o caso representa um ataque à liberdade de expressão parlamentar.

O PSOL classificou a decisão como “vingança política” e acusou setores do Congresso de perseguir vozes dissidentes. Em nota, a legenda afirmou:

“A cassação de Glauber Braga é um ataque à democracia e à fiscalização dos atos do poder. Não aceitaremos essa criminalização da crítica política.”

Contexto do Caso

Glauber Braga é alvo de processos disciplinares desde 2023, após confrontos verbais com ministros e outros parlamentares durante sessões da Câmara. Seus discursos contra o orçamento secreto – mecanismo de emendas parlamentares sem transparência – renderam-lhe tanto apoio popular quanto atritos com lideranças do Centrão.

Glauber Braga foi acusado pelo partido Novo de ter expulsado da Câmara, em abril do ano passado, com empurrões e chutes, o integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro. A cena foi filmada. Costenaro participava de manifestação de apoio a motoristas de aplicativo durante o debate de proposta que regulamenta a profissão (PL 12/24).

Glauber Braga afirmou que reagiu às provocações do integrante do MBL, que tem, segundo ele, um histórico de provocações em sequência.

Críticos do processo argumentam que a cassação seria uma manobra para silenciar oposicionistas, enquanto defensores afirmam que o deputado ultrapassou limites do debate democrático.

Repercussão nas Redes e Cenário Político

O caso já gera forte mobilização nas redes sociais, com hashtags como #DefendaGlauberBraga e #CassaçãoNão viralizando entre apoiadores. Enquanto isso, aliados do governo evitam comentários diretos, sinalizando que a votação no plenário pode ser disputada voto a voto.

Se confirmada, a cassação de Glauber Braga seria a primeira desde 2023, marcando um novo capítulo na tensão entre governo, oposição e partidos independentes.

Fonte: Agência Brasil.

Da Redação.

Jornalista


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