Deputado pede investigação de vice-presidente de sindicato

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PGR Recebe Pedido de Prisão Preventiva de Frei Chico, Irmão de Lula

Nesta quarta-feira, 7 de maio de 2025, o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) protocolou uma representação junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando a prisão preventiva de José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ação ocorre em meio a denúncias de um esquema bilionário de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que envolve o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), onde Frei Chico atua como vice-presidente.

Contexto do Escândalo no INSS

A Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) em 23 de abril de 2025, revelou um esquema de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas, estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Onze entidades, incluindo o Sindnapi, são investigadas por realizar cobranças não autorizadas ou percebidas como obrigatórias pelos beneficiários. O Sindnapi, segundo a CGU, arrecadou R$ 310 milhões nesse período, com R$ 90,5 milhões apenas em 2023. A operação resultou em 211 mandados de busca e apreensão, seis prisões temporárias e o afastamento de servidores, incluindo o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.

Quem é Frei Chico?

José Ferreira da Silva, 83 anos, é um ex-sindicalista com longa trajetória no movimento operário. Conhecido como Frei Chico, ele foi responsável por introduzir Lula ao sindicalismo nos anos 1960, no ABC Paulista. Militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) durante a ditadura militar, foi preso e torturado em 1975, experiência que influenciou a radicalização política de Lula. Desde 2008, Frei Chico é filiado ao Sindnapi e assumiu a vice-presidência em 2023. Apesar de não ser alvo direto da PF até o momento, sua posição na entidade o colocou no centro das denúncias.

A Representação de Gustavo Gayer

O deputado Gustavo Gayer, conhecido por sua atuação na oposição, argumenta que a prisão preventiva de Frei Chico é necessária devido ao “grave risco à ordem pública” representado por sua suposta participação no esquema. A representação à PGR solicita que o órgão peça ao Judiciário a detenção do sindicalista, com base na ampla divulgação do caso e na gravidade das acusações. Gayer destaca a arrecadação de R$ 310 milhões pelo Sindnapi, questionando a legitimidade dos descontos e a possível influência política no esquema.

Reações e Posicionamento do Sindnapi

Frei Chico nega irregularidades e afirma que o Sindnapi foi auditado, declarando ao Estadão: “Espero que a PF investigue toda a sacanagem que tem. Nosso sindicato não deve nada.” O presidente do sindicato, Milton Baptista de Souza Filho, conhecido como Milton Cavalo, também nega envolvimento e diz que a entidade não sofreu busca e apreensão. O Sindnapi divulgou notas defendendo a trajetória de Frei Chico e apoiando as investigações. Centrais sindicais, como a Força Sindical, também saíram em defesa do sindicalista, classificando as acusações como “politicagem eleitoral”.

Implicações Políticas

O caso ganhou repercussão nas redes sociais, com políticos de oposição, como Carlos Jordy e Flávio Bolsonaro, ironizando a relação familiar com Lula e associando o escândalo a supostos padrões de corrupção no governo petista. A CPI dos Aposentados, ainda pendente de instalação, já sinalizou que Frei Chico será um dos primeiros convocados, segundo o deputado Luciano Zucco (PL-RS). Enquanto isso, o governo Lula suspendeu acordos de cooperação técnica entre o INSS e entidades, prometendo devolver valores aos segurados afetados.

Histórico de Frei Chico em Investigações

Não é a primeira vez que Frei Chico aparece em investigações. Durante a Operação Lava Jato, ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal por supostamente receber R$ 1,1 milhão da Odebrecht entre 2003 e 2015, sob o codinome “Metralha”. A denúncia, que também envolvia Lula, foi rejeitada pela Justiça em 2019. Na época, Frei Chico alegou que os pagamentos eram por serviços de consultoria.

Próximos Passos

A PGR avaliará a representação de Gayer para decidir se solicita a prisão preventiva ao Judiciário. Até o momento, Frei Chico não foi formalmente acusado na Operação Sem Desconto, mas a pressão política e midiática pode intensificar as investigações. O caso expõe fragilidades na gestão do INSS e reacende debates sobre transparência e influência política em entidades sindicais.

Fonte: Estadão

Da Redação.

Jornalista


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