É assim que se compra o silêncio, Globo Lucra R$ 2 Bi em 2024 com Lula

Receita sobe 8,2% e lucro cresce 151,7% no governo petista
Em 2024, o Grupo Globo, maior conglomerado de mídia do Brasil, registrou resultados financeiros expressivos durante o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A empresa alcançou uma receita líquida de R$ 17,37 bilhões, um aumento de 8,2% em relação aos R$ 16,05 bilhões de 2023. Ainda mais notável foi o lucro líquido, que disparou 151,7%, atingindo R$ 2,067 bilhões, ante R$ 838,7 milhões no ano anterior. Desse montante, R$ 2,055 bilhões foram distribuídos aos acionistas controladores, a família Marinho, consolidando a robustez financeira do grupo.
O desempenho foi impulsionado por uma estratégia agressiva de diversificação, com destaque para a aquisição da Eletromidia, líder no segmento de publicidade out of home (OOH). Em novembro de 2024, a Globo elevou sua participação na empresa de 27,01% para 74,01%, em uma transação de R$ 1,7 bilhão, que incluiu um prêmio adicional de R$ 131,8 milhões. A operação, aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em dezembro, marcou um avanço na integração da Eletromidia ao ecossistema da Globo. Em janeiro de 2025, a companhia protocolou um pedido de Oferta Pública de Aquisição (OPA) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para adquirir as ações remanescentes e fechar o capital da Eletromidia. O leilão da OPA, previsto para 28 de abril de 2025, fixou o preço inicial por ação em R$ 27,3817, com possível ajuste para até R$ 29, dependendo de condições contratuais.
A Eletromidia, especializada em telas digitais e painéis estáticos em mobiliário urbano, trouxe sinergias estratégicas. No terceiro trimestre de 2024, a empresa reportou lucro líquido de R$ 34,4 milhões, quase quatro vezes superior ao mesmo período de 2023, e receita bruta de R$ 343,9 milhões, alta de 32%. A Globo, ao incorporar a líder de telas digitais no Brasil (64% do mercado), fortaleceu sua oferta publicitária, complementando TV, plataformas digitais como Globoplay e portais como G1. “A audiência que nos escolhe na TV e nos dispositivos móveis é a mesma que circula pelas ruas. A Eletromidia é altamente complementar”, afirmou Paulo Marinho, diretor-presidente da Globo.
O contexto do governo Lula também favoreceu os resultados. Em 2024, a Globo recebeu R$ 126 milhões em verbas publicitárias federais, liderando o ranking de investimentos da Secretaria de Comunicação Social (Secom) e do Ministério da Saúde. Campanhas como “Fé no Brasil” e ações contra a dengue direcionaram recursos significativos à mídia, com a Globo captando 53% dos R$ 164,4 milhões gastos em TVs. Esse cenário contrasta com o governo Bolsonaro, quando a emissora ficou atrás de Record e SBT em 2019. A intensificação de programas sociais e investimentos públicos aqueceu o mercado publicitário, beneficiando conglomerados de mídia, apesar de um cenário econômico desafiador, com déficit primário de R$ 125 bilhões e desaceleração do PIB.
Além da Eletromidia, o crescimento das assinaturas do Globoplay e o desempenho em eventos contribuíram para os números. Manuel Belmar, diretor de produtos digitais e finanças da Globo, descreveu 2024 como “extraordinário”, destacando a robustez em todas as frentes de negócio. No entanto, a dívida bruta do grupo subiu 30%, atingindo R$ 6,6 bilhões, devido à valorização do dólar e à consolidação da dívida da Eletromidia. Ainda assim, o caixa de R$ 14,2 bilhões garante solidez financeira.
Críticos, porém, questionam se a proximidade com o governo Lula ampliou indiretamente os ganhos da Globo. Postagens em redes sociais, como as da Revista Oeste, sugerem que a relação com o governo petista favoreceu a emissora, que faturou mais em menos de dois anos de Lula do que em quatro anos de Bolsonaro. A empresa nega favorecimentos, atribuindo o sucesso à adaptação ao consumidor e à diversificação.
Com a OPA da Eletromidia e investimentos em tecnologia e conteúdo, como a cobertura das Olimpíadas de Paris e séries exclusivas no Globoplay, a Globo projeta manter o crescimento em 2025, mesmo em um ambiente econômico incerto. O conglomerado reforça sua posição como líder de mercado, navegando entre oportunidades estratégicas e desafios macroeconômico.
Fonte: Bloomberg Línea
Da Redação.
Jornalista
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