Escândalo no INSS Expõe Ligações com Hugo Motta e Offshore nos EUA

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Conexões Políticas e Financeiras Agravam Crise de Fraudes, Acorda Brasil!

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), está no epicentro de um escândalo que envolve fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil (Conafer), uma das entidades investigadas pela Polícia Federal (PF) por descontos associativos indevidos, teve um de seus diretores, Jeronimo Arlindo da Silva Junior, conhecido como Junior do Peixe, atuando como secretário parlamentar no gabinete de Motta entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021. Durante esse período, Junior também ocupava o cargo de diretor de Assuntos Institucionais da Conafer, o que levanta suspeitas de conflito de interesses. A entidade é acusada de desviar R$ 484 milhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024, sendo a segunda maior em volume de descontos irregulares, atrás apenas da Contag, que arrecadou R$ 2,1 bilhões no mesmo período.

Documentos da investigação revelam que, em dezembro de 2020, Junior do Peixe assinou um ofício da Conafer, enquanto trabalhava para Motta, assumindo a responsabilidade por gerenciar fichas associativas enviadas ao INSS e por receber citações judiciais relacionadas a fraudes. A arrecadação da Conafer disparou de R$ 350 mil em 2019 para R$ 57 milhões em 2020, alcançando R$ 202,3 milhões em 2023, o que chamou a atenção das autoridades. A proximidade de Junior com Motta não se limita ao período no gabinete: em 2024, ele tentou se candidatar a vice-prefeito em Marizópolis (PB) pelo Republicanos, partido liderado por Motta, reforçando os laços políticos. Postagens nas redes sociais de Junior mostram fotos ao lado do presidente da Câmara, evidenciando a relação próxima. Motta, no entanto, optou por não comentar o caso.

Resistência à CPI e Pressão da Oposição

A oposição na Câmara pressiona pela criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os descontos indevidos no INSS, que totalizam R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Contudo, a decisão de instaurar a CPI está nas mãos de Hugo Motta, que alega entraves regimentais, citando 11 pedidos de CPI pendentes e o limite de cinco comissões simultâneas. Ele sugeriu que a oposição abra mão de outras investigações para viabilizar a CPI do INSS, uma proposta que gerou críticas. Como alternativa, a oposição protocolou um pedido de CPI mista, a ser decidido pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP). A relutância de Motta em avançar com a investigação alimenta especulações sobre seu envolvimento indireto no caso.

Offshore em Boca Ratón e o Sindnapi

Outro desdobramento do escândalo envolve o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), cujo vice-presidente é José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Lula. O presidente do sindicato, Milton Cavalo, é casado com Daugliesi Giacomasi Souza, que mantém uma empresa offshore em Boca Ratón, Flórida, desde janeiro de 2025. Embora possuir uma offshore não seja ilegal, desde que declarada à Receita Federal, a existência dessa empresa levanta suspeitas sobre possíveis movimentações financeiras para ocultar valores desviados. O Sindnapi também registrou um aumento expressivo na arrecadação de mensalidades descontadas de aposentados via INSS, o que está sob investigação da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU).

Operação Sem Desconto e Suas Consequências

A Operação Sem Desconto, deflagrada pela PF e CGU, revelou que 13 entidades, incluindo Conafer e Sindnapi, realizaram descontos indevidos em benefícios previdenciários, muitas vezes sem autorização dos aposentados. A CGU constatou que 98% dos beneficiários entrevistados não reconheciam as cobranças, que variavam de R$ 20 a R$ 50 por mês, mas geravam lucros milionários devido ao grande volume de associados. A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou o bloqueio de R$ 2,56 bilhões em bens de 12 entidades, mas Conafer e Contag foram excluídas dessa ação, o que gerou questionamentos. A operação resultou na prisão de cinco pessoas, apreensão de carros de luxo, joias e mais de US$ 200 mil em espécie, além do afastamento de seis servidores do INSS, incluindo o ex-presidente Alessandro Stefanutto.

Impacto Político e Social

O escândalo expõe fragilidades na gestão do INSS e alimenta o debate político. A oposição acusa o governo Lula de omissão, enquanto o governo aponta irregularidades iniciadas na gestão Bolsonaro. A CGU identificou que os descontos indevidos triplicaram entre 2022 e 2024, período que abrange ambos os governos. A promessa de ressarcimento aos aposentados foi feita, mas ainda não há prazo definido para a devolução dos valores. O caso reforça a necessidade de maior transparência nos acordos de cooperação técnica entre o INSS e entidades associativas, além de controles mais rigorosos para evitar fraudes.

Fonte: Estadão e Folha de São Paulo.

Da Redação.

Jornalista


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