Escândalos de Corrupção Marcam Governo Lula

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Desvios no Consórcio Nordeste e INSS Expõem Fragilidades

O governo Lula enfrenta uma crise de credibilidade com escândalos de corrupção que ecoam desde a pandemia até os dias atuais. Dois casos emblemáticos, envolvendo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, ilustram uma gestão marcada por desvios milionários e omissões graves, que prejudicam diretamente a população brasileira.

O “Calote da Maconha” no Consórcio Nordeste

Durante a pandemia de Covid-19, o Consórcio Nordeste, então presidido por Rui Costa, governador da Bahia à época, protagonizou um dos maiores escândalos de desvio de recursos públicos. O consórcio pagou R$ 48,7 milhões adiantados à Hempcare, uma empresa recém-criada especializada em produtos à base de maconha, para a compra de 300 respiradores. A transação, realizada sem licitação, foi finalizada via WhatsApp, e a nota fiscal emitida pela Hempcare foi apenas a segunda de sua história. Os respiradores nunca foram entregues.

Em depoimento à Polícia Federal (PF), Rui Costa justificou o equívoco alegando não dominar o inglês, o que o teria impedido de perceber que a Hempcare não era fornecedora de equipamentos médicos. A PF, no entanto, aponta irregularidades graves, como o pagamento antecipado sem garantias contratuais e a falta de transparência, já que o contrato não foi registrado no Portal da Transparência da Bahia. Investigada no Superior Tribunal de Justiça (STJ), a fraude envolveu figuras como Carlos Gabas, então secretário-executivo do consórcio, e Cleber Isaac, intermediário da operação. A delação premiada da empresária Cristiane Taddeo, da Hempcare, revelou que os recursos desviados foram usados para compras de luxo, como carros e pagamento de faturas pessoais.

Surpreendentemente, em 2025, o Tribunal de Contas da União (TCU), liderado pelo ministro Bruno Dantas, absolveu Rui Costa e Gabas, ignorando pareceres técnicos que apontavam irregularidades. Dantas argumentou que a urgência da pandemia justificava a flexibilização de procedimentos, isentando os gestores de responsabilidade. A decisão gerou indignação, reforçando a percepção de impunidade em casos de corrupção.

O Rombo Bilionário no INSS

Enquanto o caso dos respiradores expõe desvios na pandemia, um escândalo mais recente atinge os aposentados e pensionistas do INSS. A PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram uma operação que revelou um rombo de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, decorrente de descontos não autorizados em benefícios previdenciários. O esquema, que envolveu associações de aposentados e sindicatos, aplicava descontos indevidos em nome de filiações fictícias, lesando milhões de idosos.

Carlos Lupi, ministro da Previdência Social, foi alertado sobre as irregularidades ainda em 2023, mas nenhuma medida efetiva foi tomada. Em reunião do Conselho Nacional de Previdência Social, Lupi minimizou a gravidade do problema, declarando que “o INSS não é um botequim para resolver as coisas em 24 horas”. A comparação, infeliz, desrespeita a urgência das vítimas e ignora a eficiência com que botequins, ao contrário do ministério, resolvem seus problemas. A inação de Lupi culminou no afastamento do chefe do INSS, Alessandro Stefanutto, por decisão judicial, e em sua posterior demissão pelo presidente Lula.

Um Padrão de Impunidade

Os casos de Rui Costa e Carlos Lupi revelam um padrão preocupante: a ausência de accountability e a lentidão em responder a denúncias de corrupção. Enquanto o TCU absolve gestores com base em argumentos questionáveis, a PF expõe esquemas que drenam recursos públicos e prejudicam os mais vulneráveis. A confiança da população no governo é abalada quando ministros, em vez de agirem com transparência, recorrem a desculpas frágeis ou omissões prolongadas.

A corrupção, como um elefante na sala, não pode ser ignorada. É urgente que o governo adote medidas rigorosas de controle e punição, garantindo que casos como o do Consórcio Nordeste e do INSS não se repitam. Até lá, a marca da gestão atual seguirá sendo questionada, enquanto a população paga o preço de uma administração que falha em proteger seus direitos.

Por Henrique Alves da Rocha, Coronel da Polícia Militar do Estado de Sergipe

Jornalista


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