Gripe Aviária Custa R$1,3 Bi ao Brasil

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Suspensão de exportações de frango afeta economia brasileira

A confirmação do primeiro caso de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma criação comercial no Brasil desencadeou uma crise no setor avícola, com a suspensão das exportações de frango para seis mercados internacionais: Argentina, China, Chile, México, Uruguai e União Europeia. A medida, que segue protocolos sanitários internacionais, pode custar ao país mais de R$1,3 bilhão por mês, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. As exportações para esses destinos somaram US$230 milhões apenas em abril, com a China representando a maior fatia, cerca de R$700 milhões.

Impacto Econômico da Suspensão

As exportações de carne de aves são um pilar da economia brasileira, e a paralisação das vendas para esses mercados representa um duro golpe. Em abril, os valores exportados foram:

  • China: US$127,1 milhões
  • México: US$44 milhões
  • União Europeia: US$35,3 milhões
  • Chile: US$18 milhões
  • Argentina: US$5,4 milhões
  • Uruguai: US$324,8 mil

A China, maior importadora de frango brasileiro, é responsável por mais da metade do prejuízo estimado. A suspensão reflete acordos sanitários que determinam a interrupção automática das compras em caso de doenças como a gripe aviária, visando proteger os rebanhos locais. O impacto vai além dos números, afetando empregos, cadeias produtivas e a balança comercial.

Medidas de Contenção

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que já implementou medidas do plano nacional de contingência para conter e erradicar o foco da doença. Entre as ações, estão o sacrifício de aves infectadas, desinfecção das áreas afetadas e monitoramento rigoroso de granjas próximas. A pasta também notificou a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), os Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente e os parceiros comerciais, reforçando o compromisso com a transparência.

O Mapa destacou que a influenza aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves ou ovos, garantindo que não há restrições ao consumo interno. A prioridade é restabelecer a confiança dos mercados internacionais e retomar as exportações o mais rápido possível.

Contexto da Influenza Aviária

A influenza aviária de alta patogenicidade é uma doença viral que afeta aves, com alta taxa de mortalidade em criações comerciais. O Brasil, até então, era um dos poucos grandes produtores avícolas livres da doença em criações comerciais, o que garantia vantagem competitiva no mercado global. A detecção do primeiro caso, embora isolado, acende um alerta para a necessidade de vigilância sanitária contínua.

Os protocolos internacionais, como os estabelecidos pela OMSA, exigem medidas rápidas para evitar a disseminação da doença. A suspensão das exportações é uma prática padrão, mas o tempo para a retomada depende da eficácia das ações de contenção e da confiança dos importadores.

Perspectivas para o Setor

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima que o setor avícola emprega diretamente mais de 3,5 milhões de pessoas no Brasil. A interrupção das exportações pode pressionar os preços internos, já que o mercado doméstico precisará absorver parte da produção destinada ao exterior. Além disso, a concorrência com outros exportadores, como Estados Unidos e Tailândia, pode dificultar a recuperação dos mercados perdidos.

O governo brasileiro intensificou negociações diplomáticas para esclarecer a situação e acelerar a liberação das exportações. Especialistas sugerem que investimentos em biossegurança e monitoramento podem evitar novos casos e fortalecer a imagem do Brasil como fornecedor confiável.

Próximos Passos

O Mapa planeja divulgar atualizações regulares sobre o controle da doença e as negociações com os países importadores. A retomada das exportações dependerá de laudos que comprovem a erradicação do foco e de auditorias internacionais. Enquanto isso, o setor avícola busca alternativas, como a diversificação de mercados e o fortalecimento do consumo interno, para mitigar os prejuízos.

A crise expõe a vulnerabilidade do Brasil a choques sanitários, mas também reforça a importância de políticas públicas robustas para proteger um dos setores mais estratégicos da economia nacional.

Fonte: Reuters

Da Redação.

Jornalista


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