IDF Lança Ofensiva “Carruagens de Gideão” em Gaza

Ataques aéreos e operações terrestres visam desmantelar Hamas e libertar reféns
As Forças de Defesa de Israel (IDF) iniciaram uma nova fase de operações militares na Faixa de Gaza, sob o codinome “Carruagens de Gideão”, com o objetivo de desmantelar a organização terrorista Hamas e garantir a libertação de reféns. A ofensiva, que começou na sexta-feira, 16 de maio de 2025, combina intensos ataques aéreos com a mobilização de tropas terrestres no norte e sul do enclave, marcando uma escalada significativa no conflito que já dura mais de 19 meses. Segundo as autoridades palestinas, os bombardeios resultaram em centenas de mortes, incluindo civis, enquanto a comunidade internacional expressa crescente preocupação com a crise humanitária na região.
Contexto da Operação
A operação “Carruagens de Gideão” foi anunciada após o fracasso das negociações de cessar-fogo em Doha, no Qatar, e a retomada das hostilidades em 18 de março, após uma trégua de dois meses. Inspirada na figura bíblica de Gideão, que derrotou os midianitas com um pequeno exército, a estratégia israelense é descrita por analistas militares como uma abordagem de “limpar, manter, construir”. Isso envolve a eliminação de alvos do Hamas, a ocupação de áreas estratégicas e a criação de novas autoridades civis desmilitarizadas para governar Gaza. A IDF informou que, nas últimas 24 horas de sexta-feira, mais de 150 alvos terroristas foram atingidos, incluindo túneis, depósitos de armas e posições antitanque.
במהלך היממה האחרונה צה”ל החל בתקיפות נרחבות והניע כוחות לתפיסת שטחים שולטים בשטח רצועת עזה, זאת כחלק ממהלכי הפתיחה למבצע “מרכבות גדעון” והרחבת המערכה בעזה, להשגת כל מטרות המלחמה בעזה, לרבות שחרור החטופים והכרעת החמאס.
כוחות צה”ל בפיקוד הדרום ימשיכו לפעול בכדי להגן על אזרחי ישראל… pic.twitter.com/WtK8Iy6XyG
— צבא ההגנה לישראל (@idfonline) May 16, 2025
Mobilização e Objetivos
As divisões 252ª, 143ª e 36ª da IDF estão liderando as operações terrestres, destruindo infraestruturas como poços de túneis e eliminando combatentes do Hamas em confrontos diretos. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em pronunciamento no início de maio, afirmou que a intensificação das operações é essencial para alcançar dois objetivos principais: a derrota do Hamas e a libertação dos 58 reféns ainda em cativeiro, dos quais 34 são considerados mortos pelas autoridades israelenses. “Não desistiremos de ninguém”, declarou Netanyahu, reforçando a determinação de Israel em manter a pressão militar.
O ministro da Defesa, Israel Katz, destacou que a operação visa destruir as capacidades militares e governamentais do Hamas, com a evacuação da população de Gaza para o sul do território durante os combates. Katz afirmou que a retomada das negociações pelo Hamas, anunciada em Doha, foi impulsionada pela pressão militar da operação, sem necessidade de cessar-fogo ou entrada de ajuda humanitária.
Impacto Humanitário
A intensificação dos ataques gerou um impacto devastador na Faixa de Gaza. Segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas, pelo menos 100 pessoas foram mortas na sexta-feira, com 67 mortes e 361 feridos nas últimas 24 horas de sábado. Entre os alvos, estão áreas densamente povoadas, como Khan Younis, Beit Lahia e o campo de refugiados de Jabalia. A Defesa Civil de Gaza relatou 33 mortes entre sábado e domingo, incluindo 22 em um ataque a um campo de refugiados em Al Mawasi.
A ONU e líderes europeus condenaram a escalada, alertando para uma crise humanitária iminente. Desde 2 de março, Israel bloqueia a entrada de ajuda humanitária, essencial para os 2,4 milhões de habitantes de Gaza, que enfrentam risco de “fome em massa”, segundo ONGs. O Comissário-Geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, criticou a operação, questionando quantas vidas palestinas serão perdidas devido a bombardeios, fome ou falta de cuidados médicos. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, pediu um cessar-fogo permanente, enquanto líderes como Pedro Sánchez (Espanha) e Antonio Tajani (Itália) reforçaram a necessidade de conter a violência.
Reações e Perspectivas
A comunidade internacional está dividida. Enquanto os Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, expressam apoio a Israel, há relatos de um plano controverso para realocar até um milhão de palestinos para a Líbia, embora sem confirmação oficial. O Hamas, por sua vez, propôs a libertação de reféns em troca de um cessar-fogo de 60 dias e a entrada de ajuda, mas Israel rejeitou a proposta até o momento.
A operação “Carruagens de Gideão” também enfrenta críticas por possíveis violações do direito internacional. A transferência compulsória da população e a ocupação prolongada de Gaza são apontadas como potenciais crimes de guerra por organizações como a DW. Apesar disso, Israel mantém sua estratégia, com a IDF planejando permanecer no território por tempo indeterminado.
Futuro Incerto
Com a escalada militar, o futuro de Gaza permanece incerto. A intensificação dos combates, aliada ao bloqueio de ajuda humanitária, agrava a já precária situação dos civis. Enquanto Israel busca consolidar seu controle operacional, a pressão internacional por um cessar-fogo cresce, mas sem perspectivas imediatas de resolução. A operação “Carruagens de Gideão” pode redefinir o conflito, mas a que custo humano e político?
Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – IHU, Gazeta Brasil, BBC News Brasil.
Da Redação.
Jornalista
Descubra mais sobre GRNOTICIAS
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.