Com roteiro de cinema, São Paulo elimina rivais, desbanca o Flamengo e completa prateleira de títulos
O São Paulo voltou às suas raízes e fez valer o apelido de Clube da Fé. Mesmo após anos de fracassos e frustrações, a torcida que jamais abandona conduziu o Tricolor ao título inédito da Copa do Brasil, mostrando que a moeda pode voltar a cair de pé no Morumbi.
Nem mesmo o são-paulino mais audacioso seria capaz de elaborar um roteiro tão emocionante e irrepreensível na Copa do Brasil. O Tricolor flertou com a eliminação nas oitavas de final para derrubar seus dois maiores rivais e ser campeão sobre o time com maior investimento do país.
O INÍCIO DE UMA IMPROVÁVEL JORNADA
Se a caminhada ao histórico título terminou no Morumbi, nada mais justo que o começo desta inesquecível história tivesse seu ponto de partida no Cícero Pompeu de Toledo, com Rogério Ceni. Uma das maiores figuras são-paulinas, Ceni viu sua imagem como treinador do Tricolor ficar desgastada após decepções no começo do ano, e o ídolo abriu espaço para Dorival Jr.
E foi com o dedo de Dorival que o São Paulo foi crescendo na competição. Com uma percepção tática única, o treinador foi o principal responsável pela classificação sobre o Ituano e a vantagem construída diante do Sport. Mas todo campeão precisa de sorte, e ela sorriu para o goleiro Rafael, que virou herói nas cobranças de pênalti contra o time pernambucano.
O caminho ao título inédito ainda reservava grandes emoções, mas o Tricolor foi resiliente, do começo ao fim no confronto contra o Palmeiras, e calou o Allianz Parque com gols de Caio Paulista e David, heróis improváveis que comprovaram a união e força do elenco são-paulino.
Na semifinal, o Corinthians e o “fantasma” de Itaquera assombraram o São Paulo, mas quando as pernas não dão conta, o cérebro responde ao coração. Lucas atendeu ao chamado do Tricolor após 11 anos, e o cartão de boas-vindas do jogador criado em Cotia foi tão triunfal quanto o show da torcida nas arquibancadas do Morumbi.
DORIVAL E O REENCONTRO
Na grande final, o destino pregou mais uma peça ao São Paulo, colocando Dorival Jr frente a frente com o Flamengo, onde fez história para depois ser escanteado pela diretoria rubro-negra.
Sem remorsos, Dorival deu uma aula tática a Sampaoli e calou o Maracanã com gol de Calleri, protagonista que representa tão bem este São Paulo. No Morumbi, a festa de gerações são-paulinas que sonhavam em ver o clube erguer o único título que faltava. A torcida que canta com orgulho ser hexa brasileiro e nunca ser rebaixado pode finalmente tirar o grito entalado na garganta da Copa do Brasil.