15 de novembro de 2024 16:17
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Em "Chocolate Meio Amargo", a psicóloga Senia Reñones aborda as complexidades das relações humanas e as delícias de aprender a extrair o que há de positivo nos percalços da vida

Em “Chocolate Meio Amargo”, a psicóloga Senia Reñones aborda as complexidades das relações humanas e as delícias de aprender a extrair o que há de positivo nos percalços da vida

Um romance para ser degustado e apreciado como um bom doce de confeitaria. Por meio de uma jornada gastronômica de aguçar o paladar, e personagens femininas fortes de aquecer o coração, a psicóloga Senia Reñones dialoga com os leitores sobre as particularidades, desafios e surpresas da vida. Chocolate Meio Amargo faz uma alusão ao intenso sabor das perdas e culpas carregadas ao longo do tempo, e enaltece a oportunidade de enxergar o que há de doce nos aprendizados, recomeços e no amor.

Esta história de dar água na boca se inicia nos primórdios da família Smith – fim do século 19 –, quando o inglês Richard chega ao Brasil e se torna um grande produtor de café. A fazenda e terras da família mais tarde são herdadas pela neta do patriarca, Mary, única sobrevivente. Viúva precocemente, ela assume o papel crucial de criar a neta Anna, enquanto a filha Lara enfrenta dificuldades em se reconhecer como mãe.

A relação entre Mary e Anna se desenvolve na cozinha da fazenda, mas também entre viagens pela França e Espanha, e as delícias culinárias desses países. Esta relação com a gastronomia faz de Anna uma brilhante chef Pâtissier, apaixonada por sabores, fragrâncias e cores. Porém, o destino sempre reserva surpresas e Anna se vê na responsabilidade de criar o irmão mais novo Ricardo, como fez a avó, o que impôs limitações em sua vida amorosa.

Há muito tempo ela sabia que seu amor por Ricardo não era como irmão, e sim como filho, da mesma forma que ela fora cuidada e criada por Mary como se fosse sua filha. As duas não puderam fazer outra escolha, fora impossível para ambas fugirem da responsabilidade e amor que as libertara e as aprisionara ao mesmo tempo. (Chocolate Meio Amargo, pág. 140)

Respaldada pelos 30 anos de experiência na psicologia clínica, Senia Reñones constrói personagens fortes, porém imperfeitos, na tentativa de retratar a natureza humana, e a busca de cada um pela própria essência e lugar no mundo. Sob influência de nomes como Gabriel Garcia Márquez, José Saramago e Isabel Allende, a autora explora o protagonismo feminino e dá espaço à pauta LGBTQIAP+, com a jornada de autoaceitação de Ricardo que assume a homossexualidade.

Experiência sensorial que mistura ingredientes emocionais e culinários, Chocolate Meio Amargo aborda ainda temas como morte, superação, empatia e também imigração. Filha de mãe espanhola e pai argentino, a autora paulista busca mostrar que o mundo é movido por pessoas, independentemente de seu país de origem ou o país para onde acabam imigrando.

Sobre a autora: Senia Reñones é psicóloga clínica há 30 anos e tem seu trabalho focado no atendimento de adolescentes e adultos. Filha de pais imigrantes, a mãe espanhola e o pai argentino, a paulistana se aventura agora na literatura para levar os temas imigração e comportamento humano à ficção; assim nasceu Chocolate Meio Amargo seu romance de estreia.

Instagram da autora: @senia_renones

Fonte: MARIA CLARA MENEZES.

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