A Polícia Federal declarou ter descoberto indícios de que Jair Bolsonaro (PL) enviou recursos para o exterior visando custear suas despesas durante um período em que se cogitava um suposto golpe de Estado.
Conforme os investigadores, a análise do sigilo bancário do ex-presidente revelou uma transação de câmbio no valor de 800 mil reais destinada a um banco sediado nos Estados Unidos.
“Alguns investigados se evadiram do país, retirando praticamente todos seus recursos aplicados em instituições financeiras nacionais, transferindo-os para os EUA, para se resguardarem de eventual persecução penal instaurada para apurar os ilícitos”, aponta um documento da investigação revelado pelo G1.
“Evidencia-se que o então presidente Jair Bolsonaro, ao final do mandato, transferiu para os Estados Unidos todos os seus bens e recursos financeiros, ilícitos e lícitos, com a finalidade de assegurar sua permanência do exterior, possivelmente, aguardando o desfecho da tentativa de Golpe de Estado que estava em andamento”, acrescentou.
Após a transação, Bolsonaro registrou um déficit de 111 mil reais em sua conta poupança. A Polícia Federal informou que o montante foi compensado por recursos retirados de um fundo de investimentos.
Estadia de Bolsonaro nos Estados Unidos
Em 30 de dezembro de 2022, Bolsonaro deixou o Brasil com destino a Orlando, nos Estados Unidos. Durante sua estadia, participou de poucos compromissos públicos, incluindo um congresso de conservadores americanos e encontros com apoiadores.
Após 89 dias em uma espécie de autoexílio, o ex-presidente retornou ao país em 30 de março de 2023.
Desdobramentos da Operação Tempus Veritatis
O ex-presidente Jair Bolsonaro figurou entre os alvos da Operação Tempus Veritatis.
Além de Bolsonaro, a Polícia Federal também teve como alvos o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e os ex-ministros Anderson Torres, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.
Dois ex-assessores de Bolsonaro foram detidos: Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens, e Filipe Martins, ex-assessor internacional da Presidência.
Ao todo, foram executados 33 mandados de busca e apreensão, juntamente com quatro mandados de prisão preventiva em nove estados – Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás – e no Distrito Federal.
Veja a resposta de Bolsonaro
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