Pelo menos 10 líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), que foram libertados pela justiça ou cumpriram suas penas, agora enfrentam novas investigações relacionadas à facção criminosa.
O caso mais recente envolve Silvio Luís Ferreira, conhecido como Cebola, e Décio Gouveia Luiz, o Décio Português, acusados de lavagem de dinheiro do PCC na empresa UpBus, que opera linhas de ônibus na zona leste de São Paulo. Ambos estão foragidos.
Cebola, que já estava preso por tráfico de drogas em 2014, foi libertado da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau por meio de um habeas corpus. Ele foi condenado pelo crime, mas conseguiu escapar da polícia por 10 anos.
Além disso, ele é investigado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) por ser a “Sintonia Final do Progresso”, célula responsável pela logística de drogas.
Já Décio Português, conhecido por roubos milionários nos anos 1990, foi solto da Penitenciária Federal de Mossoró em agosto de 2023, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), após ser detido por uso de documento falso.
Outro líder, Patric Velinton Salomão, o Forjado, é considerado o principal líder do PCC nas ruas. Ele saiu da prisão federal de Brasília em fevereiro de 2022 por tráfico de drogas, mas, um ano depois, foi envolvido em um plano para assassinar o senador Sérgio Moro, sua família e o promotor Lincoln Gakiya, especialista no combate ao PCC. O plano foi descoberto pela Operação Sequaz da Polícia Federal.
El Sid, também em liberdade, deixou a Penitenciária 1 de São Vicente em setembro de 2022, mesmo com um mandado de prisão em andamento. Ele é suspeito de múltiplos crimes, incluindo tentativas de assassinato de policiais.
A Operação Sequaz identificou a participação de mais dois líderes do PCC na “Sintonia Restrita”, célula que planeja atentados contra autoridades. O grupo estudou os endereços das residências oficiais dos presidentes da Câmara e do Senado.
Um deles é Pedro Luiz da Silva Soares, o Chacal, que saiu da Penitenciária Federal de Mossoró em outubro de 2023 após cumprir pena por roubo e formação de quadrilha.
Além disso, a investigação encontrou mensagens referentes a um criminoso chamado “Lelê”, identificado como Ulisses Scotti de Toledo, que saiu da prisão em 2020.
André do Rap, narcotraficante responsável por enviar drogas para a Europa, foi solto em outubro de 2020 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas a decisão foi revogada pouco depois. Suspeita-se que ele esteja fora do país.
Seu sócio, Suaélio Martins Lleda, conhecido como Peixe, foi solto em julho de 2020, mas fugiu e não foi recapturado.
Marcos Paulo Nunes da Silva, o Baianinho Vietnã, foi libertado em 2018 e está envolvido na Operação Dakovo, que investiga o tráfico internacional de armas.
Elvis Riola de Andrade, o Cantor, ex-diretor da escola de samba Gaviões da Fiel, foi capturado na Bolívia em janeiro deste ano, mas foi libertado no dia seguinte por falta de mandado de prisão no Brasil, apesar de ser condenado por assassinato.
Fonte: Metrópoles.