Situação caótica do país ganhou notoriedade internacional após embate entre Elon Musk e Alexandre de Moraes
O caso “Twitter Files Brazil” continua a provocar reações na comunidade internacional, chamando a atenção para a situação de instabilidade e anomalia institucional no Brasil. Em um artigo publicado pelo jornal norte-americano The Wall Street Journal, um dos maiores dos Estados Unidos, a jornalista Maria Anastasia O’Grady faz críticas contundentes ao Brasil, afirmando que o que está ocorrendo atualmente é “uma luta entre um tribunal superior politizado e os críticos do presidente de esquerda”.
O’Grady cita o embate entre o bilionário Elon Musk e o ministro Alexandre de Moraes (STF) e a resistência do dono do X em seguir cumprindo ordens judiciais consideradas arbitrárias para bloquear perfis de usuários com base em opiniões, críticas ou posicionamentos políticos.
“Este caso não tem nada a ver com conter o domínio das grandes tecnologias ou reduzir os riscos para a democracia ou mesmo proteger as crianças das redes sociais. Esta é uma luta entre um Supremo Tribunal politizado e os críticos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diz o texto.
O jornal também alerta os americanos para a perseguição política que acontece no Brasil há pelo menos quatro anos, mencionando que opositores da esquerda tiveram suas contas bloqueadas, e muitos precisaram fugir do país para escapar da censura e do risco de prisão.
“Nos últimos anos, os críticos de Lula tiveram as suas contas bancárias congeladas e os registos financeiros intimados. Alguns fugiram para o exílio, onde souberam que os seus passaportes foram cancelados. Questionar a legitimidade da vitória eleitoral de Lula levou alguns à prisão. O denominador comum tem sido a falta do devido processo”, enfatiza O’Grady.
O artigo também menciona o retorno de Lula (PT) à Presidência após ter sido protagonista do que é descrito como “o maior escândalo de corrupção e suborno na história do Ocidente”, fazendo referência aos escândalos do mensalão e do petrolão.
A desmonetização de perfis de opositores e a derrubada de contas sem respaldo na lei também foi tema do artigo.
“O tribunal eleitoral instruiu cada vez mais as plataformas a bloquearem a [liberdade de] expressão e ordenou que o YouTube desmonetizasse quatro canais brasileiros com grande número de seguidores. Isso também aprovou uma resolução concedendo-se o poder de policiar a Internet. O tribunal (TSE) instruiu Facebook, Instagram, TikTok, Twitter e YouTube a removerem conteúdo que desaprovava”.