US$ 1 milhão em subornos para garantir contratos nas eleições filipinas de 2016
A acusação foi feita para três executivos da empresa de tecnologia de votação Smartmatic pela canalização de US$ 1 milhão em subornos para um ex-funcionário eleitoral das Filipinas, com o objetivo de garantir contratos no país, segundo promotores federais dos Estados Unidos na Flórida.
Roger Alejandro Pinate Martinez, 49, presidente e cofundador da Smartmatic, junto com dois outros réus, foi acusado de suborno no exterior e lavagem de dinheiro ao lado de Juan Andres Donato Bautista, 60, ex-presidente da Comissão de Eleições das Filipinas (COMELEC). De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, as acusações incluem conspiração para cometer lavagem de dinheiro e violação da Lei de Práticas de Corrupção no Exterior (FCPA).
As autoridades afirmam que os subornos foram pagos por meio de um fundo de caixa dois criado pelo superfaturamento dos custos das máquinas de votação para as eleições filipinas de 2016. Esses pagamentos corruptos foram disfarçados em documentos financeiros usando linguagem codificada e dissimulados através de contratos fraudulentos e acordos de empréstimo fictícios.
Apesar das acusações contra os executivos, a Smartmatic não foi acusada e não é considerada culpada de qualquer irregularidade. Em comunicado, a empresa afirmou que os funcionários indiciados foram afastados de suas funções. “Nenhuma fraude eleitoral foi alegada, e a Smartmatic não foi indiciada”, disse a empresa.
A acusação contra os executivos ocorre enquanto a Smartmatic está processando a Fox Corp e comentaristas conservadores, buscando bilhões de dólares em danos por alegações de difamação. A empresa alega que a Fox a difamou ao afirmar falsamente que suas máquinas ajudaram a manipular a eleição presidencial dos EUA em 2020 contra o então presidente Donald Trump.
Ainda não está claro como a acusação criminal afetará o processo contra a Fox, mas a rede de notícias pode tentar usar evidências do caso criminal para fortalecer sua defesa. A Fox já havia resolvido um processo semelhante com a empresa Dominion Voting Systems, pagando US$ 787,5 milhões em abril de 2023.
Procuradores federais informaram que Pinate Martinez conspirou com dois outros executivos da Smartmatic para pagar os subornos a Bautista, que atuou na COMELEC entre 2015 e 2017. Representantes da COMELEC não responderam imediatamente a pedidos de comentários.
A situação adiciona uma nova camada de controvérsia à Smartmatic, uma empresa que já enfrentou escrutínio significativo devido a alegações anteriores relacionadas a suas operações em eleições internacionais.
Com informações da Revista Exilio.