18 de novembro de 2024 10:03
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Ontem, ministros e outros "juristas" afirmaram que não houve irregularidades nos procedimentos revelados pela Folha no TSE

Ontem, ministros e outros “juristas” afirmaram que não houve irregularidades nos procedimentos revelados pela Folha no TSE, porque os materiais discutidos seriam “de fontes abertas”.

Esse nem era o ponto. O ponto é que um órgão de investigação que deveria ser independente produziu relatórios sob medida para embasar decisões já tomadas antes da própria investigação, invertendo a própria lógica da justiça criminal.

Se chegou ao ponto de uma ordem ser dada para um assessor ser “criativo”, depois dele ter investigado a Revista Oeste e não ter encontrado qualquer ilícito, contrariando o objetivo manifesto de bloquear a monetização da revista.

Mas agora, mesmo a narrativa de meras fontes abertas cai por terra.

Nova matéria da Folha, na série que expõe comunicações internas de servidores da justiça eleitoral e do Supremo por Whats, mostra que o chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação utilizou acessos aparentemente irregulares ao Sistema de Segurança Pública de São Paulo para repassar informações à equipe de segurança pessoal do ministro.

“Em uma das mensagens, Tagliaferro diz ao PM do gabinete de Moraes que possui e usa senhas de acesso do sistema da Segurança Pública de São Paulo graças ao que chama de “relação de confiança” com um amigo policial”, afirma a matéria da Folha.

O mesmo caminho teria sido utilizado em diversas oportunidades para produzir relatórios sobre ameaças ao ministro, ou mesmo para levantar informações sobre um manifestante:

“No dia 23 de novembro, o PM fez novo pedido a Tagliaferro. Dessa vez, um relatório sobre uma manifestação em frente ao Comando Militar Oeste, em Campo Grande (MS), em que havia um caixão com a figura de Moraes.”

[…]

“O uso da assessoria especial do TSE para questões relacionadas à segurança de Moraes está fora do escopo de atuação da estrutura do órgão.

Trata-se de um órgão administrativo da Justiça Eleitoral, que não tem competência para atuar em investigações ou processos criminais.

A proteção de ministros do STF é de responsabilidade da Secretaria de Segurança do STF, formada por policiais judiciais e, quando necessário, reforçada com agentes de segurança de outras corporações, como a polícia federal.”

Por Leandro RuschelLeandro Ruschel.

Redator

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