Israel denuncia “falência moral” da ONU
Condenação de ofensiva israelense por parte do secretário-geral gera tensão diplomática

A recente escalada de violência na Faixa de Gaza culminou em uma troca acentuada de declarações entre o governo de Israel e a Organização das Nações Unidas (ONU). Na terça-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou os ataques aéreos israelenses que resultaram em centenas de mortes e expressou preocupação com a deterioração da situação humanitária na região. Em resposta, autoridades israelenses acusaram Guterres de “falência moral” e de ignorar as provocações contínuas do grupo militante Hamas.
Contexto dos ataques e rompimento do cessar-fogo
Após aproximadamente dois meses de cessar-fogo, Israel retomou operações militares em Gaza, justificando-as pela necessidade de responder à recusa do Hamas em libertar mais de 50 reféns. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que as operações continuariam até que todos os reféns fossem libertados. O Hamas, por sua vez, alertou que a vida dos reféns estaria em risco se a ofensiva prosseguisse.
Declarações de Guterres e reação israelense
Em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, Guterres enfatizou que os ataques do Hamas não ocorreram “no vácuo”, destacando que os palestinos vivem sob ocupação há 56 anos. Ele condenou os ataques do Hamas, mas ressaltou a necessidade de reconhecer o contexto histórico e político subjacente ao conflito.
Essa declaração provocou uma reação imediata de Israel. O embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, acusou Guterres de estar “completamente desconectado da realidade” e de ver de forma “distorcida e imoral” os ataques do Hamas.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Oren Marmorstein, expressou indignação nas redes sociais, questionando a liderança de Guterres à frente da ONU.
Condenações internacionais e apelos por cessar-fogo
A comunidade internacional manifestou preocupação com a escalada do conflito. Países árabes, incluindo Catar e Egito, condenaram os bombardeios indiscriminados em Gaza e alertaram sobre os riscos de uma escalada terrestre para a segurança de civis e reféns.
A Rússia também criticou as ações israelenses, enquanto os Estados Unidos atribuíram ao Hamas a responsabilidade pela retomada das hostilidades, afirmando que o grupo “escolheu a guerra”.
Organizações de direitos humanos, como a Human Rights Watch, expressaram alarme com o número crescente de vítimas civis. A ONU alertou que o cerco total imposto por Israel a Gaza, incluindo a interrupção de eletricidade, água e suprimentos, é proibido pelo direito internacional.
Situação humanitária em Gaza
O Ministério da Saúde de Gaza informou que os ataques israelenses nas últimas 48 horas resultaram em 970 mortes adicionais, elevando o total de óbitos desde o início do conflito para 49.547.
A infraestrutura da região está severamente danificada, com hospitais sobrecarregados e escassez de suprimentos médicos essenciais.
Perspectivas e desafios para a paz
A intensificação do conflito ressalta os desafios persistentes na busca por uma solução duradoura para a questão israelo-palestina. Enquanto Israel defende seu direito à autodefesa, a comunidade internacional enfatiza a importância de proteger civis e respeitar o direito internacional humanitário. A ONU e outras entidades continuam a apelar por um cessar-fogo imediato e pelo retorno às negociações de paz, embora as perspectivas permaneçam incertas diante das tensões atuais.
A troca de acusações entre Israel e a ONU destaca a complexidade do conflito em Gaza e a necessidade urgente de uma solução diplomática que aborde as preocupações de segurança de Israel e os direitos e aspirações do povo palestino. A comunidade internacional enfrenta o desafio de mediar um cessar-fogo sustentável e promover um diálogo que possa levar a uma paz duradoura na região.
Fonte: JNS.
Da Redação.
Jornalista
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