Jantar com Moraes muda posição de Hugo Motta, acusa Girão

Senador critica STF por “ditadura da toga” e interferência no Legislativo
Brasília, [DATA ATUAL] – O senador Eduardo Girão (Novo-CE) acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de ultrapassar seus limites constitucionais e influenciar decisões do Congresso Nacional, especialmente após um jantar na residência do ministro Alexandre de Moraes que reuniu autoridades dos três Poderes. Segundo o parlamentar, o presidente da Câmara, Hugo Motta (União-PB), alterou seu discurso sobre a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro após o encontro – um sinal, para Girão, da crescente interferência do Judiciário no Legislativo.
A mudança de posição
Em fevereiro, recém-eleito presidente da Câmara, Motta declarou publicamente que não via indícios de golpe nos eventos de 8 de janeiro e chegou a defender uma senhora presa sem ter participado de depredações. No entanto, após o jantar com Moraes e outras autoridades, sua fala mudou: ele passou a afirmar que o tema da anistia deveria ser tratado “com seriedade” para evitar uma crise institucional.
Para Girão, a mudança de tom não é coincidência. “Isso mostra como a ditadura da toga tem invadido a competência do Legislativo, que está omisso. O Senado aprovou pautas importantes, como o fim do foro privilegiado e a criminalização das drogas, mas a Câmara não as coloca em votação. Prevalece a vontade do STF”, criticou.
STF x Congresso: A crise dos Poderes
O senador cearense argumenta que o STF tem agido como um “Poder Moderador” não previsto na Constituição, decidindo sobre temas que deveriam ser debatidos no Congresso. Ele cita como exemplos a criminalização de fake news, a regulamentação de redes sociais e a prisão de acusados nos atos de 8 de janeiro sem condenação definitiva.
Girão defende que o Congresso aprove uma anistia ampla, nos moldes da Lei da Anistia de 1979, para “pacificar o país”. “Muitos dos envolvidos não quebraram nada e estão sendo punidos de forma desproporcional. A Justiça deve agir, mas dentro da lei, com direito à defesa”, afirmou.
O jantar que acendeu o debate
O evento na casa de Moraes reuniu, além de Motta, ministros do STF, do Executivo e outros parlamentares. Para críticos, encontros informais entre membros de Poderes diferentes criam conflitos de interesse e fragilizam a independência entre eles. Já defensores argumentam que o diálogo é necessário para evitar impasses institucionais.
A reportagem tentou contato com a assessoria de Hugo Motta e do STF, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
Fonte: CNN.
Da Redação.
Jornalista
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