Moraes não comparece a Audiência e É Alvo de Críticas

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Senado debate Vaza Toga com denúncias graves contra ministro

Na última quarta-feira, 30 de abril de 2025, a Comissão de Segurança Pública do Senado realizou uma audiência pública para investigar as denúncias do escândalo conhecido como “Vaza Toga”, que aponta supostas irregularidades envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ministro Alexandre de Moraes, figura central das acusações, não compareceu à sessão e não apresentou justificativa para sua ausência, o que gerou duras críticas de senadores e dos jornalistas internacionais convidados, Sérgio Tavares e Glenn Greenwald. A ausência de Moraes foi interpretada como uma tentativa de evitar o confronto com as graves alegações levantadas durante o debate.

O jornalista português Sérgio Tavares abriu os depoimentos com revelações impactantes. Ele apresentou uma gravação de uma conversa entre Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do TSE, e o jornalista Oswaldo Eustáquio, na qual Tagliaferro expressava temor de ser assassinado por ordem de Moraes, com a suposta execução a cargo da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). “Essas declarações têm cerca de oito meses. Se fossem recentes, eu não divulgaria o áudio, pois poderia colocar em risco a segurança de alguém que acreditava estar marcado para morrer”, afirmou Tavares, destacando a gravidade do conteúdo. A denúncia chocou os senadores presentes e intensificou o clima de tensão na sessão.

Em seguida, o jornalista americano Glenn Greenwald, conhecido por sua atuação em investigações como a Vaza Jato, trouxe à tona trechos de áudios obtidos durante reportagens da Folha de S.Paulo. Segundo Greenwald, as conversas entre ex-assessores de Moraes revelam preocupações com a legalidade das ações conduzidas pelo ministro. Ele acusou Moraes de utilizar o TSE de forma indevida para fins pessoais, extrapolando suas atribuições institucionais. Um exemplo citado foi a mobilização do TSE para investigar protestos contra o STF em Nova York, que, segundo Greenwald, não tinham relação com processos eleitorais. “Moraes interpreta qualquer crítica como crime e usa termos como ‘organização criminosa’ para deslegitimar o jornalismo”, denunciou, apontando um padrão de censura e intimidação.

Greenwald também destacou o clima de medo entre críticos do ministro. “Muitas pessoas falam em particular, mas não têm coragem de se posicionar publicamente”, revelou, sugerindo que a influência de Moraes inibe manifestações abertas. Ele reforçou que as ações do ministro representam uma ameaça à liberdade de imprensa, especialmente por criminalizar reportagens críticas. A frase “use a criatividade”, atribuída ao juiz-auxiliar Airton Vieira em uma conversa com Tagliaferro, foi citada como evidência de tentativas de fabricar acusações contra a Revista Oeste, reforçando as alegações de abuso de poder.

A ausência de Moraes e de seus auxiliares, como Tagliaferro e os juízes Airton Vieira e Marco Antônio Vargas, foi amplamente criticada pelos senadores. O senador Eduardo Girão (Novo-CE), autor do requerimento da audiência, acusou o ministro de desrespeitar o Senado e a transparência exigida em um caso de tamanha gravidade. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) chegou a sugerir que Moraes fosse submetido a um exame de sanidade mental, intensificando o tom das críticas.

Até o fechamento desta matéria, o gabinete de Moraes não emitiu nenhum pronunciamento oficial sobre as acusações. A audiência, que contou com a presença de parlamentares da oposição e ausência de representantes dasituation, reforçou a percepção de polarização em torno do caso. As denúncias da Vaza Toga, que já motivaram pedidos de impeachment e ações no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), continuam a gerar debates acalorados sobre os limites do poder judiciário e a proteção das liberdades democráticas no Brasil.

A sessão no Senado expôs não apenas as tensões entre os poderes, mas também a complexidade de um caso que mistura denúncias de abuso de autoridade, liberdade de imprensa e segurança pública. O desfecho das investigações dependerá da pressão política e da capacidade das instituições de lidarem com acusações tão delicadas.

Fonte: Senado Federal.

Da Redação.

Jornalista


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