maio 27, 2025 | by Ronaldo dos Reis

A Grã-Bretanha anunciou uma inovação que pode redefinir as estratégias de defesa aérea na guerra moderna: o sistema RapidDestroyer, uma arma de micro-ondas de alta potência projetada para neutralizar drones com eficiência e baixo custo. Desenvolvido pela empresa francesa Thales em parceria com laboratórios de defesa britânicos, o sistema foi testado com sucesso em West Wales e promete ser um divisor de águas no combate aos drones, especialmente no contexto da guerra na Ucrânia, onde esses dispositivos têm desempenhado um papel central.
O RapidDestroyer opera com pulsos de micro-ondas de mais de 100 megawatts, uma potência cerca de 150 mil vezes superior à de um forno de micro-ondas doméstico. O sistema utiliza um radar de vigilância para detectar drones em alta velocidade, câmeras ópticas para identificação visual precisa e um emissor de micro-ondas com uma antena retangular branca. As ondas, que operam entre 500 megahertz e 3 gigahertz, penetram materiais como plástico e metal, induzindo correntes elétricas que danificam os componentes eletrônicos dos drones. O resultado é a falha imediata do equipamento, que cai em milissegundos. A velocidade das micro-ondas, que viajam a 300 milhões de metros por segundo, elimina qualquer tempo de reação dos alvos.
O diferencial mais impressionante do RapidDestroyer é sua eficiência econômica. Enquanto um drone Shahed, amplamente utilizado pela Rússia, custa cerca de US$ 35 mil para produzir, o RapidDestroyer pode neutralizá-lo gastando apenas 60 centavos em energia elétrica. Em comparação, mísseis interceptadores tradicionais custam entre US$ 50 mil e US$ 150 mil por unidade. Para um enxame de 100 drones, o custo com mísseis pode chegar a US$ 15 milhões, enquanto o RapidDestroyer realiza a mesma tarefa por aproximadamente US$ 10. Essa diferença de custo, cerca de 250 mil vezes menor, pode transformar a viabilidade da defesa contra ataques em massa.
A guerra na Ucrânia destacou a crescente ameaça dos drones. Dados indicam que a Rússia realizou 2.600 ataques com drones em 2022, 4.700 em 2023 e impressionantes 13.800 em 2024, uma média de 37 ataques diários. Soldados ucranianos relatam que drones são responsáveis por 70% das baixas no campo de batalha. A Rússia intensificou sua produção com uma fábrica em Alabuga, capaz de fabricar 6 mil drones Shahed por ano, em um acordo de US$ 1,7 bilhão com o Irã. Nesse contexto, tecnologias como o RapidDestroyer tornam-se cruciais para contrapor essa ameaça.
Durante testes em West Wales, o RapidDestroyer demonstrou capacidade de neutralizar mais de 100 drones em simulações de ataques em enxame, com alcance de até um quilômetro. Operadores conseguiram rastrear e destruir até três drones simultaneamente. O Sargento Mayers, do 106º Regimento de Artilharia Real, destacou a facilidade de operação: “O sistema é rápido de aprender e fácil de usar, mesmo para quem já opera tecnologias convencionais.” Montado em um caminhão militar 4×4, o RapidDestroyer combina mobilidade com precisão, integrando radar, câmeras e o emissor de micro-ondas em uma plataforma compacta.
Ao contrário de lasers de alta energia, que atacam um drone por vez e são menos eficazes em condições climáticas adversas, como chuva ou neblina, as micro-ondas do RapidDestroyer atravessam essas barreiras e podem atingir múltiplos alvos simultaneamente, graças ao feixe amplo. Essa capacidade é essencial em cenários de ataques em enxame, onde a quantidade de drones pode sobrecarregar defesas tradicionais.
A tecnologia de micro-ondas não é exclusividade britânica. A China exibe sistemas como os Hurricane 2000 e 3000 em feiras militares, enquanto a Rússia alega ter o Ranets-E, com alcance de até 10 quilômetros. Os Estados Unidos testam o THOR e integram tecnologias similares em veículos Stryker. A OTAN também está investindo em programas cooperativos para desenvolver armas de energia dirigida, sinalizando uma corrida global por essa tecnologia.
Apesar de suas vantagens, o RapidDestroyer enfrenta desafios. Seu alcance atual é limitado a um quilômetro, e o alto consumo de energia pode exigir pausas para resfriamento. Além disso, o sistema não diferencia alvos, podendo interferir em equipamentos aliados próximos. Tempestades intensas também podem reduzir sua eficácia, embora menos que os lasers.
Especialistas preveem que armas de micro-ondas estarão disponíveis comercialmente até 2027, atraindo interesse de nações como Israel, Taiwan e países do Golfo Pérsico, que enfrentam ameaças constantes de drones. No entanto, há preocupações sobre o uso indevido por grupos terroristas, que poderiam desativar infraestruturas críticas, como redes de comunicação ou controle de tráfego aéreo. Protocolos de exportação já estão em desenvolvimento para mitigar esses riscos.
O RapidDestroyer é comparado a inovações históricas como a pólvora ou os tanques, com potencial de alterar o equilíbrio de conflitos. Para a Ucrânia, o acesso a essa tecnologia nos próximos anos poderia neutralizar a superioridade russa em drones, mudando o curso da guerra. A questão agora é como e quando essa tecnologia será amplamente adotada.
O que você acha dessa nova tecnologia militar? Será que o RapidDestroyer pode mudar o rumo da guerra na Ucrânia? Compartilhe sua opinião nos comentários e marque amigos para discutir o futuro da defesa aérea! 🚨
Fonte: Realidade Militar
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