SP lidera agro apesar de queda nas exportações

Foto: Governo do Estado de São Paulo
Café, laranja e carnes impulsionam superávit em 2025
O agronegócio de São Paulo mantém sua posição de liderança no cenário nacional, mesmo enfrentando desafios nas exportações para o exterior no primeiro trimestre de 2025. Com um superávit de US$ 4,90 bilhões, o setor segue como pilar econômico do estado, embora tenha registrado uma queda de 19,9% em relação ao mesmo período de 2024. O resultado reflete exportações de US$ 6,40 bilhões — 14,6% menores que no ano anterior — e importações de US$ 1,50 bilhão, que cresceram 9,5%. Apesar da redução, São Paulo respondeu por 16,9% das exportações agrícolas do Brasil, à frente de Mato Grosso (15,7%) e Minas Gerais (11,9%).
Os dados, compilados pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) e pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), órgãos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, destacam a resiliência do setor. No primeiro trimestre, o agronegócio representou 41,7% das exportações totais do estado, enquanto as importações do setor corresponderam a 6,8%. A força do agro paulista se deve, em grande parte, ao desempenho de produtos como café, suco de laranja e carnes, que registraram aumento nas vendas externas.
Principais produtos em destaque
O complexo sucroalcooleiro liderou as exportações, com US$ 1,654 bilhão, equivalente a 25,8% do total do agro paulista. Desse montante, o açúcar respondeu por 88,7%, enquanto o etanol contribuiu com 11,3%. O setor de carnes também teve desempenho robusto, com US$ 887,91 milhões (13,9% do total), sendo a carne bovina responsável por 82,5% das vendas. Já o grupo de sucos, com ênfase no suco de laranja (98,2% do segmento), movimentou US$ 863,07 milhões, ou 13,5% das exportações. Por fim, os produtos florestais, como celulose (55,1%) e papel (35,5%), somaram US$ 758,98 milhões, representando 11,9%.
Desafios no mercado internacional
Apesar dos números positivos, o agronegócio paulista enfrentou dificuldades, especialmente nas negociações com a China, um dos principais destinos das exportações brasileiras. A queda nas vendas para o mercado chinês contribuiu para a redução geral das exportações. Fatores como mudanças na demanda global, oscilações cambiais e questões logísticas podem ter influenciado esse cenário. Ainda assim, o aumento nas vendas de café, laranja e carnes demonstra a capacidade do setor de diversificar mercados e manter competitividade.
Liderança nacional e perspectivas
São Paulo consolida sua liderança no ranking nacional do agronegócio, superando estados como Mato Grosso, forte em grãos, e Minas Gerais, que se destaca no café. A diversidade de produtos e a infraestrutura robusta do estado — com portos, rodovias e centros de pesquisa — são fatores cruciais para esse desempenho. A Apta e o IEA-Apta enfatizam que investimentos em tecnologia e sustentabilidade têm fortalecido a cadeia produtiva, mesmo em um cenário de adversidades.
Para o restante de 2025, especialistas preveem que o agronegócio paulista continue a desempenhar um papel central na economia. A aposta em inovação, como o uso de bioinsumos e práticas de agricultura regenerativa, pode ampliar a competitividade dos produtos paulistas no mercado global. Além disso, a retomada de negociações com parceiros comerciais estratégicos, incluindo a China, é vista como essencial para reverter a queda nas exportações.
O agronegócio de São Paulo, portanto, segue como exemplo de resiliência e adaptação. Mesmo com ventos contrários no comércio internacional, o estado mantém sua vocação agrícola, impulsionada por produtos de alto valor e pela capacidade de se reinventar frente aos desafios.
Fonte: Governo do Estado de São Paulo
Da Redação.
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