Ao todo, 360 milhões de cristãos são perseguidos por causa da sua fé. Em dezenas de países, religiosos ligados ao cristianismo enfrentam opressões como: proibição ao acesso a água, prisão em campos de trabalho forçado e a morte.
Quando sobrevivem, essas pessoas são expulsas de suas aldeias ou comunidades e as igrejas são destruídas ou incendiadas.
Entre as nações onde os cristãos são mais discriminados, 50 delas praticam perseguição considerada extrema ou severa. Anualmente, a organização internacional Portas Abertas realiza uma pesquisa para monitorar os 50 países mais perigosos para o exercício do cristianismo.
A Lista Mundial da Perseguição (LMP) foi divulgada nesta quarta-feira (18) e contém três países da América Latina: Chile (na 22ª posição), Cuba (27ª) e Nicarágua (50ª).
O país mais perigoso do mundo para um cristão é a Coreia do Norte, comandada pelo ditador Kim Jong-un.
Com uma população de 25,9 milhões de pessoas, o país segue predominantemente três credos religiosos: budismo, confucionismo, cheondoísmo.
O número de cristãos na Coreia do Norte é algo próximo de 400 mil.
“Se descoberto pelas autoridades, o cristão é enviado como prisioneiro político para campos de trabalho forçado, onde as condições são cruéis, ou é morto no local. A família dele terá o mesmo destino”, denunciou o relatório da Portas Abertas.
A ONG alerta que a situação também é dramática no Ocidente. Na Colômbia, os cristãos da zona rural são alvos de grupos criminosos e enfrentam perseguição das comunidades indígenas.
“Guerrilheiros armados e gangues controlam e lutam por grande parte do território nacional. Eles veem na igreja uma ameaça ao seu poder e estabilidade. Quando membros das gangues se tornam cristãos ou líderes das igrejas falam contra a violência e a corrupção, são ameaçados, perseguidos e até assassinados”, ilustrou o secretário-geral da Portas Abertas, Marco Cruz,
Já o regime comunista de Cuba atua na repressão da religião e na redução da influência da igreja.
“No nosso último levantamento, Cuba foi quem mais subiu posições – 10 no total, passando da 37ª para 27ª. Isso se deu por conta do aumento da pressão e violência no país. O governo cubano não tolera vozes dissidentes ou quaisquer outras instituições que ganhem influência ou poder, como igrejas. Por isso, intensificou suas táticas repressivas contra todos os líderes cristãos e ativistas que se opõem aos princípios comunistas”.
O relatório aponta que “o cristianismo é visto como uma ameaça à ideologia ditatorial ou ao regime desses países e que os cristãos são considerados inimigos das lideranças governamentais e da sociedade”.
Ele enfatiza que, além do aumento na quantidade de pessoas hostilizadas por causa da fé em Cristo, a intensidade da perseguição também cresceu nos últimos anos.
“Desde 2021, todos os 50 países da Lista Mundial da Perseguição têm apresentado níveis elevados de perseguição. O número de cristãos perseguidos no mundo ultrapassa 360 milhões. Isso significa que um em cada sete cristãos enfrenta perseguição alta, severa ou extrema”, calculou Marco Cruz.
A perseguição aos cristãos frequentemente ocorre em contextos conturbados, difíceis e desestabilizados, como:
Guerras, tensões étnicas, religiosas e ideológicas, conflitos políticos e sociais, corrupção, degradação ambiental e desastres naturais, pobreza, problemas psicológicos severos, doenças e violência doméstica.
Veja na Lista Mundial da Perseguição da ONG Portas Abertas o ranking dos 50 países mais perigosos para os cristãos:
Coreia do Norte
Somália
Iêmen
Eritreia
Líbia
Nigéria
Paquistão
Irã
Afeganistão
Sudão
Índia
Síria
Arábia Saudita
Mianmar
Maldivas
China
Mali
Iraque
Argélia
Mauritânia
Uzbequistão
Colômbia
Burkina Faso
Rep. Centro-Africana
Vietnã
Turcomenistão
Cuba
Níger
Marrocos
Bangladesh
Laos
Moçambique
Indonésia
Catar
Egito
Tunísia
República Dem. do Congo
México
Etiópia
Butão
Turquia
Comores
Malásia
Tajiquistão
Camarões
Brunei
Omã
Cazaquistão
Jordânia
Nicarágua
Sobre a Portas Abertas
A organização internacional cristã Portas Abertas foi fundada em 1955 por um jovem missionário holandês, o Irmão André. Portas Abertas existe para fortalecer a Igreja Perseguida nos lugares mais hostis ao evangelho.
Em mais de 60 países, a Portas Abertas apoia os cristãos perseguidos, fornecendo bíblias e literatura cristã, apoio emergencial, discipulado, capacitação de líderes, aconselhamento pós-trauma, defesa de direitos e outros tipos de apoio.