Um ciclone subtropical se forma na costa do Sudeste e vai provocar muita chuva nos próximos dias, mas será que existe risco real para que o ciclone evolua para a tempestade tropical Akará?
Um centro de baixa pressão atmosférica se formou na costa entre São Paulo e Rio de Janeiro na última quarta-feira (14) e já gerou volumes elevados de precipitação nas últimas 48 horas no Sudeste. Foram registrados, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), 114 milímetros em Seropédica, 110 milímetros em Angra dos Reis e 99 milímetros em Iguape.
INMET registra alto volume de chuva em 48 horas não só no litoral do Sudeste com centro de baixa pressão atmosférica, mas também em cidades do interior com avanço da frente fria. Alagamentos e outros transtornos foram registrados.
Com o avanço das instabilidades, tempestades severas atingem São Paulo, causando inundações severas em Bauru. O alerta é que as chuvas devem continuar nos próximos dias em boa parte do Sudeste, principalmente por conta da persistência e evolução do ciclone subtropical, que pode atingir o níel até mesmo de uma tempestade subtropical.
Ciclone subtropical e tempestade subtropical
A Marinha do Brasil fez uma atualização da lista de nomes em tupi-guarani para os próximos 32 ciclones tropicais e subtropicais que se formarão na costa brasileira. Esses sistemas são monitorados devido aos danos que podem ser gerados com seus ventos e alto volume de chuva.
Caso o ciclone subtropical na costa do Sudeste evolua nas próximas horas, a condição é para a chegada da tempestade subtropical Akará, que é uma espécie de peixe. O nome foi dado pela Diretoria de Hidrografia da Marinha.
Certo, mas qual a chance de fato dessa tempestade subtropical Akará se formar e o que se sabe até o momento? Será possível a evolução para uma tempestade tropical? O Centro de Hidrografia da Marinha fez uma atualização e já definiu que o que está formado na manhã desta sexta-feira (16) é uma depressão subtropical com centro de 1011 hPa.
🗺️ Carta sinótica traçada pela Marinha do Brasil atualiza status do ciclone para uma depressão subtropical. 🌀 Sistema pode gerar ventos moderados e evoluir nas próximas horas e dias.
🗞️ Acompanhe as previsões:https://t.co/ocGK3xDU1i pic.twitter.com/wuCitdwMhM
— Meteored | Tempo.com (@MeteoredBR) February 16, 2024
É importante salientar que uma depressão subtropical, ou ciclone subtropical, é uma área de baixa pressão atmosférica que se forma em latitudes subtropicais, no nosso caso, na altura da região Sudeste, e que gera ventos de até 63 km/h. É caracterizada por ar quente em superfície e em médios níveis da atmosfera (de 3 km a 5 km) e por ar frio em níveis superiores (acima de 5 km) .
Além dos ventos, outro destaque é o alto volume de chuva que já tem sido registrado e principalmente o que ainda pode cair nos próximos dias. O ciclone tem gerado um canal de umidade muito forte até o continente e mantém o alto potencial para alagamentos e deslizamentos de terra especialmente nas áreas mais próximas ao litoral. O maior volume de chuva deve atingir o estado do Espírito Santo.
Uma tempestade subtropical têm as mesmas características de uma depressão subtropical, porém é um sistema híbrido, também se trata de um centro de baixa pressão atmosférica, porém, com a evolução de um para o outro, a diferença é que as tempestades subtropicais podem gerar ventos acima dos 65km/h, essa é a maior preocupação devido ao potencial para estragos relacionados às rajadas que podem atingir a costa.
Qual a chance de evoluir para tempestade tropical?
Segundo a Marinha do Brasil em última atualização, existe já o potencial para uma tempestade subtropical que pode se formar ainda na noite de hoje. Mas ela pode evoluir para tempestade tropical? Quais os riscos? O Brasil será atingido por um furacão?
Já em caso de uma tempestade tropical, já que o vórtice se estende por toda a troposfera, e há chances de uma estrutura totalmente tropical, o cenário passa a ser outro, porém, um caso muito diferente daqueles formados no Atlântico Norte. Como o próprio nome indica, as tempestades tropicais desenvolvem-se geralmente se em áreas próximas aos trópicos.
Muitas das vezes, as tempestades tropicais causam rajadas com uma velocidade média geralmente em torno dos 120Km/h, apesar de haver registos superiores a 400km/h. É importante ressaltar que caso essa tempestade evolua nos próximos dias, vai acontecer bem afastada da costa, ou seja, em alto mar é que serão registrados os ventos mais fortes, diminuindo os riscos para danos severos no continente.
Próximos ciclones tropicais e subtropicais
Acompanhe a lista com nome dos próximos ciclones que já tem nome, um trabalho feito pela Marinha do Brasil:
Akará (Espécie de peixe) – atual sistema em possível formação
Biguá (Ave marinha)
Caiobá (Habitante da mata)
Endy (Luz do fogo)
Guarani (Guerreiro)
Iguaçú (Rio grande)
Jaci (Lua)
Kaeté (Mata virgem)
Maracá (Instrumento indígena)
Okanga (Madeira)
Poti (Camarão)
Reri (Ostra)
Sumé (Deus da agricultura)
Tupã (Deus do trovão)
Upaba (Lagoa)
Ybatinga (Nuvem
Aratu (Caranguejo)
Buri (Palmeira)
Caiçara (Cerca)
Esapé (Iluminar)
Guaí (Pássaro)
Itã (Concha)
Juru (Foz)
Katu (Bondade)
Murici (Arbusto do cerrado)
Oryba (Felicidade)
Peri (Planta d’água)
Reia (Realeza)
Samburá (Cesto indígena)
Taubaté (Pedras altas)
Uruana (Tartaruga do mar)
Ytu (Cachoeira)