24 de dezembro de 2024 00:54
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Alerta foi feito hoje (29/02) durante conferência em Moscou. A escalada do conflito na Ucrânia tem gerado crise nas relações entre Rússia e o Ocidente desde a crise dos mísseis cubanos, em 1962.

Alerta foi feito hoje (29/02) durante conferência em Moscou. A escalada do conflito na Ucrânia tem gerado crise nas relações entre Rússia e o Ocidente desde a crise dos mísseis cubanos, em 1962.

Vladimir Putin, em tom visivelmente incisivo, alertou os países ocidentais sobre o potencial desencadeamento de uma guerra nuclear caso países da Otan enviassem tropas para atuarem na guerra ao lado da Ucrânia, ressaltando que a Rússia e seus aliados tem capacidade para atingir alvos no Ocidente.

Embora Putin já tenha advertido anteriormente sobre os perigos de um embate direto entre a Otan e a Rússia, seu alerta nuclear nesta quinta-feira (29/02) foi particularmente explícito.

Dirigindo-se a legisladores e membros da elite russa, Putin reiterou sua acusação de que o Ocidente busca enfraquecer a Rússia, alertando para a imprevisibilidade de intervenções em assuntos internos russos.

O alerta nuclear de Putin foi desencadeado pela sugestão do presidente francês Emmanuel Macron, na última segunda-feira (26/02), sobre o envio de tropas europeias da Otan para a Ucrânia – uma proposta rejeitada rapidamente pelos Estados Unidos.

“Os países [ocidentais] precisam compreender que também possuímos meios para atingir alvos em seus territórios. Tudo isso representa uma ameaça real de conflito com armas nucleares e a possível destruição da civilização. Será que eles não percebem isso?”, indagou Putin.

Às vésperas das eleições presidenciais marcadas para 15 e 17 de março, nas quais é esperado que seja reeleito para mais um mandato de seis anos, Putin exaltou o arsenal nuclear russo, amplamente modernizado e considerado o maior do mundo.

“Nosso arsenal nuclear estratégico está em plena prontidão”, afirmou Putin, destacando o desenvolvimento e testes concluídos das armas nucleares hipersônicas de nova geração, mencionadas pela primeira vez em 2018.

De maneira evidente, Putin sugeriu aos políticos ocidentais que recordassem o destino de figuras históricas como Adolf Hitler, da Alemanha nazista, e Napoleão Bonaparte, da França, ambos sem sucesso em suas invasões à Rússia.

“Consequências serão agora muito mais trágicas”, alertou Putin, criticando os políticos ocidentais por esquecerem o significado de um conflito real, ressaltando que não enfrentaram os mesmos desafios de segurança dos russos nas últimas três décadas.

Quanto à situação na Ucrânia, Putin afirmou que as forças russas têm a iniciativa no campo de batalha e avançam em vários pontos, mas rejeitou sugestões ocidentais de um possível ataque russo a países europeus, considerando tais insinuações “absurdas”.

Moscou está aberta a discussões sobre estabilidade estratégica nuclear com os Estados Unidos, porém, Putin sugeriu que Washington não tem real interesse nessas negociações e está mais concentrado em fazer acusações infundadas sobre os supostos objetivos russos.

“Recentemente, tem havido cada vez mais acusações infundadas contra a Rússia, por exemplo, de que supostamente iremos implantar armas nucleares no espaço. Tal insinuação é um estratagema para nos levar a negociações nos seus termos, que são favoráveis ​​apenas aos Estados Unidos”, declarou.

“Nas vésperas das eleições presidenciais dos EUA, eles simplesmente querem mostrar aos seus cidadãos e a todos os outros que ainda governam o mundo.”

Putin também reiterou que Moscou não permitirá que o Ocidente a arraste para uma corrida armamentista, concentrando-se no desenvolvimento do complexo industrial de defesa para fortalecer o potencial científico, tecnológico e industrial do país.

Por fim, Putin alertou que a Rússia irá reforçar suas tropas ao longo das fronteiras ocidentais com a União Europeia, em resposta à decisão da Finlândia e da Suécia de aderirem à aliança militar da Otan.

Fonte: Revista Exílio – Terça Livre.

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