O ex-presidente Jair Bolsonaro reagiu duramente, nas últimas horas, à decisão do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, de prosseguir com a ação que pode cassar o mandato de Sergio Moro (União-PR) no Senado.
Em conversa com aliados na sede do PL, em Brasília, nessa terça-feira (16/4), Bolsonaro disparou duras críticas a Valdemar e avaliou que a justificativa dada pelo cacique para prosseguir com a ação não se sustenta.
Ao jornal O Globo o presidente do PL alegou que teria de continuar com a ação contra o ex-juiz da Lava Jato porque, caso desistisse, teria de pagar multa de mais de R$ 1 milhão aos advogados contratados pelo partido para atuar no caso.
Na semana passada, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná absolveu Moro em ação por meio da qual o PL e o PT pediram a cassação do mandato do ex-juiz no Senado por suposto abuso de poder econômico nas eleições de 2022.
Assim como o PT, o PL, por decisão de Valdemar, anunciou que deverá recorrer ao TSE. Bolsonaro, porém, chegou a pedir ao presidente de seu partido que desistisse da ação. Ou seja, que não recorresse. Valdemar, porém, ignorou o apelo.
Na avaliação de auxiliares de Bolsonaro, o presidente nacional do PL tem se aproveitado da proibição de manter contato direto com o ex-presidente da República para ignorar os apelos para não recorrer ao TSE no caso do ex-juiz.
Como noticiou a coluna, o entorno de Bolsonaro avalia que Valdemar insiste com a ação porque estaria sofrendo suposta pressão de ministros do STF que veem Moro como desafeto político desde a época da Lava Jato, o que o cacique nega.