Carreta do MTST com quentinhas foi apreendida em Porto Alegre e acaba com narrativa da esquerda que motoristas com doações não estavam sendo barrados e multados durante tragédia no Rio Grande do Sul.
Na tarde da última segunda-feira (20/05), a Brigada Militar (BM) apreendeu um caminhão do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) que transportava marmitas em Porto Alegre. O veículo foi guinchado na Avenida Bento Gonçalves devido ao IPVA vencido.
A BM, a polícia militar do Rio Grande do Sul, informou em nota que “o veículo constava com licenciamento vencido desde julho de 2023”. A corporação destacou que “as marmitas que estavam dentro do caminhão foram entregues a moradores do condomínio, conforme já havia previsão”. O MTST, por sua vez, classificou a ação como “arbitrária e irregular”, afirmando que o sistema de pagamento do Detran-RS estava fora do ar e que uma portaria do órgão flexibiliza os prazos de quitação. “Esperamos que isso se resolva de maneira urgente e definitiva. As famílias impactadas não podem esperar”, disse o movimento.
O MTST alegou que o veículo estava regularizado até 30 de abril e questionou o governo estadual, que prorrogou por tempo indeterminado o prazo de pagamento de infrações devido ao estado de calamidade pública, conforme a Portaria 177/2024 do Detran-RS. A deputada estadual Laura Sito (PT) informou nas redes sociais que o veículo foi liberado após essa justificativa.
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Segundo o movimento, o caminhão era o único transporte oficial da Cozinha Solidária do bairro Azenha. No momento da apreensão, o veículo carregava entre 150 e 200 marmitas e botes usados em resgates, com destino ao Condomínio Princesa Isabel, que abrigava desalojados. Após a ordem da Brigada Militar, os voluntários descarregaram os alimentos e os levaram a pé até a comunidade.
“Eu estava na Cozinha e me desloquei até lá. Tentei argumentar ali no local que não era possível essa apreensão e pedi alguns minutos, mas não teve nenhuma possibilidade. A ordem foi dada para que o veículo fosse levado até o depósito”, relatou Cláudia Ávila, uma das coordenadoras do MTST.
A fiscalização na área onde o veículo foi apreendido aumentou após um grupo, com aproximadamente 45 pessoas, colocou fogo em dois ônibus na Avenida Princesa Isabel.