Durante o último sábado, na Plaza Capitán General Gerardo Barrios, milhares de pessoas aguardavam o discurso de Bukele após a posse.
O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, tomou posse no dia de ontem, sábado (01/06) para um segundo mandato consecutivo, que vai de 2024 a 2029. Ele conta com amplo apoio popular, apesar das preocupações sobre a situação econômica do país.
“Sim, eu juro”, disse Bukele ao prestar o juramento de posse, conduzido pelo líder da Assembleia Legislativa, Ernesto Castro, que lhe entregou a faixa presidencial no histórico Palácio Nacional. O evento, fechado ao público e transmitido em rede nacional, contou com a presença do rei da Espanha, Felipe VI, e do presidente da Argentina, Javier Milei, entre outros líderes.
Na Plaza Capitán General Gerardo Barrios, centenas de pessoas, incluindo convidados especiais de diversos setores nacionais e internacionais, apoiadores de Bukele e do partido governista Novas Ideias (NI), aguardavam o discurso de Bukele após a posse. Ele se tornou o primeiro presidente da era democrática de El Salvador a ser reeleito para um segundo mandato consecutivo, após décadas de ditadura militar e uma guerra civil de 12 anos (1980-1992).
A cerimônia contou com a presença da presidente de Honduras, Xiomara Castro; dos presidentes da Costa Rica, Rodrigo Chaves; do Paraguai, Santiago Peña; do Equador, Daniel Noboa; e do primeiro-ministro de Belize, John Briceño. Também participou uma delegação do Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos, liderada por Alejandro Mayorkas.
Pouco antes da posse, o Congresso – com ampla maioria pró-governo – realizou uma sessão plenária extraordinária no Teatro Nacional, transferida em seguida para o Palácio Nacional. Bukele, que em breve completará 43 anos e é empresário do setor publicitário, venceu as eleições de 4 de fevereiro com mais de 85% dos votos válidos, apesar da Constituição proibir a reeleição imediata. Sua candidatura foi possível após a Câmara Constitucional do Supremo Tribunal de Justiça, nomeada pela legislatura de 2021-2024, emitir uma resolução alterando a interpretação da Constituição. Segundo alguns especialistas, essa resolução não tem efeitos gerais, mas permitiu que Bukele não precisasse esperar 10 anos para buscar a reeleição.
O último presidente salvadorenho a ser reeleito para um segundo mandato consecutivo foi o ditador e general Maximiliano Hernández Martínez, que governou entre 1931 e 1944, deixando o poder após uma greve geral.