7 de setembro de 2024 20:35
Nesta quarta (24), acontece o evento em alusão aos 33 anos Lei de Cotas no mercado de trabalho, com a realização do mutirão Feira Contrata SP

Nesta quarta (24), a partir de 9 horas, acontece o evento em alusão aos 33 anos Lei de Cotas no mercado de trabalho, com a realização do mutirão Feira Contrata SP, na Praça das Artes, no centro da capital paulista. Com potencial de preencher 405 mil vagas entre as empresas paulistas, 189 mil estão preenchidas e outras 216 mil não foram ocupadas. A Câmara Paulista para Inclusão da Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho Formal destaca que a Lei de Cotas é a principal ferramenta para garantir o emprego formal para as pessoas com deficiência

A Praça das Artes, no centro de São Paulo, recebe nesta quarta-feira (24), a partir das 9h o evento alusivo aos 33 anos da Lei de Cotas no mercado de trabalho. Dentre as atividades, destaque para o Contrata SP – Pessoa com Deficiência. O mutirão de empregabilidade acontece das 9h às 13h, com apoio da Câmara Paulista pela Inclusão da Pessoa com Deficiência e do Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo (Cate). Estarão presentes dezenas de empresas contratantes e centenas de candidatos (pessoas com deficência) que se inscreveram previamente.

Sancionada em 24 de agosto de 1991, a lei federal nº 8213, popularmente conhecida como Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência, prêve obrigatoriamente, que empresas com mais de 100 colaboradores contratem profissionais com deficiência, obedecendo ao percentual que varia de 2 a 5% de acordo com número de empregados. De 201 a 500 funcionários a cota é de 3%, de 501 a 1000 funcionários, cota de 4% e, de 1001 em diante, a cota é de 5% dos colaboradores.

O estado de São Paulo, que possui o maior Produto Interno Bruto (PIB) do país, reúne 15 mil estabelecimentos com obrigatoriedade de contratar pessoas com deficiência. Atualmente, o estado tem o potencial de preencher 415 mil vagas, porém, apenas 189 mil encontram-se efetivamente preenchidas. Outras 216 mil vagas não foram ocupadas.

Por conta do perfil das empregadoras paulistas, o Estado responde por um em cada três estabelecimentos do país com obrigatoriedade de ter ao menos um profissional contratado por meio da Lei de Cotas. O país conta ao todo com 43,9 mil estabelecimentos, com obrigatoriedade legal de contratação de 998 mil pessoas com deficiência, mas com apenas 517 mil destas vagas, devidamente, preenchidas. O levantamento, divulgado pela Câmara Paulista pela Inclusão da Pessoa com Deficiência foi feito a partir da base de dados do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, disponível, para usuários cadastrados, no portal www.paineis.gestao.gov.br/.

A Lei de Cotas é a principal garantia de emprego formal para as pessoas com deficiência no Brasil. “O cumprimento dela permite que avancemos na construção de uma sociedade diversa e inclusiva sob todos os aspectos, conforme preconizam os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e a Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência, da Organização das Nações Unidas”, José Carlos do Carmo, coordenador da Câmara Paulista pela Inclusão de Pessoas com Deficiência.

EVENTO DE 33 ANOS DA LEI DE COTAS NA PRAÇA DAS ARTES

Além da Feira Contrata SP, o evento prevê outras atividades. Na cerimônia de abertura, prevista para ter início às 9 horas, entre os nomes confirmados estão Marco Pellegrini, representando a secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência; Marcus Alves Mello, superintendente do Ministério do Trabalho em São Paulo e, Vanderlei Barbosa dos Santos, do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Na cerimônia também são esperados representantes da Secretária Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência , Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão; da Assembleia Legislativa, do Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa com Deficiência, do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, da Central Sindical e da Rede Empresarial de Inclusão Social. Haverá também a leitura de uma carta aberta à população e o encerramento será com um show surpresa. Paralelamente ao evento haverá, no local, a feira Contrata SP, com a presença de dezenas de empregadoras, de São Paulo.

Momento de celebração, reflexão e alerta

O evento de 24 de julho, que celebrará os 33 anos da Lei de Cotas, acontece meses depois do lançamento do Plano Novo Viver sem Limite, feito pelo Governo Federal em novembro de 2023. Com coordenação da Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência (SNDPD), conta com um investimento previsto de R$ 6,5 bilhões para sua execução. “Este plano proporcionará um contexto digno, de promoção dos direitos e ampliação do acesso à educação, cultura e emprego para as pessoas com deficiência”, vislumbra José Carlos do Carmo.

Outro ponto destacado pela Câmara Paulista pela Inclusão é o início dos projetos-piloto para a implementação do Sistema Nacional de Avaliação Unificada da Deficiência (Sisnadef), utilizando o Índice de Funcionalidade Brasileiro Modificado (IFBrM), colocando em prática a avaliação biopsicossocial da deficiência em uma perspectiva anticapacitista. O evento marcará também a celebração de, após onze anos sem a realização de concursos públicos para o Ministério da Saúde, ter havido a abertura de 900 vagas para Auditores Fiscais, com a maioria delas destinada ao estado de São Paulo.

Porém, o evento de 33 anos da Lei de Cotas não é sinônimo apenas de lembrar os avanços. Na contramão disso, há persistentes movimentos que visam flexibilizar a legislação, algo que enfraqueceria o processo de inclusão laboral de pessoas com deficiência. A Câmara Paulista pela Inclusão relata que se chegou a cogitar, por parte de alguns órgãos do governo que, grosso modo, defendia que parte das vagas garantida por lei fosse realocada para a empregabilidade da juventude, diminuindo a exigência legal de as empresas reservarem um percentual de suas vagas para a contração de pessoas com deficiência. “Flexibilizar essa lei é retroceder em uma conquista histórica construída com muita luta há mais de três décadas. É um direito adquirido, não podendo ser passível de negociação”, reforça Carmo.

Fonte: SENSU Consultoria de Comunicação.

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