21 de dezembro de 2024 11:26
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Autoconhecimento e direcionamento de carreira são apostas a partir do compartilhamento de vivências

Autoconhecimento e direcionamento de carreira são apostas a partir do compartilhamento de vivências

A falta de iniciativas que valorizem o crescimento das mulheres desde o início de suas carreiras é um dos muitos desafios enfrentados pelas profissionais. Além de criar oportunidades para a entrada delas nas empresas, é crucial desenvolver projetos que garantam seu avanço para posições estratégicas e de liderança. Muitas empresas têm encontrado nas mentorias uma solução positiva para esse processo. “Muitas mulheres não acreditam ter as mesmas chances de promoção que os homens, mesmo possuindo o mesmo nível de qualificação. Por isso, acreditamos que oferecer programas como esses é fundamental para impulsionar suas carreiras, construindo relacionamentos com seus mentores e entendendo suas qualidades e pontos de melhoria”, comenta a coordenadora de Atração e Inclusão do Grupo, Tania Mior Botemberger.

Desenvolvidas para adquirir conhecimento técnico e promover o desenvolvimento pessoal e profissional, as mentorias empresariais ajudam a aprimorar habilidades, trocar experiências e acelerar o crescimento na carreira. Quando aplicadas às questões de gênero, o olhar se torna mais analítico, trazendo questões específicas para as análises. “Quando falamos de um programa voltado somente para o público feminino, precisamos entender e acolher as suas necessidades e desafios para então colocá-lo em prática com a implementação de ações mais assertivas que reconheçam os obstáculos que surgem no ambiente de trabalho para quem é parte da diversidade”, explica Tania.

Mentoria de protagonismo feminino

Desde 2014, o Grupo Marista desenvolve o Programa de Mentoring, centrado em três eixos fundamentais: Evolução, Propósito e Gestão. Ao longo dos anos, a iniciativa tem evoluído significativamente, com a automatização dos processos em 2021 e a integração de todas as frentes de missão até 2023, abrangendo colaboradores da PUCPR, FTD Educação, além dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru. Este ano, a instituição decidiu focar na questão de gênero, lançando pela primeira vez o Mentoring para mulheres.

“A mentoria visa acompanhar mulheres que tenham interesse em desenvolver suas carreiras em outras áreas, garantindo seu avanço em posições estratégicas e de liderança. Nossa ideia é também abordar outras questões como raça e inclusão, com planos de lançar mentorias futuras para colaboradores pretos e pardos e pessoas com deficiência (PcD)”, conta a consultora de Desenvolvimento Organizacional do Grupo Marista, Ana Nogueira.

Voltado para mulheres que buscam migrar internamente de área, mudança de carreira ou ter ascensão profissional, o programa de mentoria é estruturado em três subdivisões: maternidade e carreira, autovalorização e confiança profissional, e liderança feminina e seus desafios. Segundo Ana, após um programa de escuta interna para identificar as necessidades prioritárias, a instituição reconheceu a importância de uma iniciativa direcionada ao desenvolvimento das carreiras femininas.

Um levantamento realizado pelo IBGE este ano mostrou que, entre os formandos em cursos de graduação presenciais, 60,3% eram mulheres, enquanto 39,7%, homens. “O fato de as mulheres se dedicarem mais aos estudos, se prepararem mais e se empoderarem, mas isso nem sempre se refletir no mercado de trabalho, foi um dos pontos que analisamos e é uma realidade que queremos transformar”, enfatiza Ana.

Uma das mentoras selecionadas foi a gerente de Business Partner dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, da frente de saúde do Grupo Marista, Jaqueline Alves. A profissional tem dedicado seu tempo à prática de mentorias, incluindo aquelas direcionadas para mulheres, e destaca os benefícios significativos dessa atividade. “A maior de todas as vantagens , sem dúvida, é o autoconhecimento. O papel do mentor é facilitar o caminho para os mentorados, e para aqueles que estão sendo orientados, é fundamental saber que podem contar com a experiência de alguém”, afirma.

A gerente, que está há oito anos trabalhando na instituição, está iniciando nesta nova etapa do programa para mulheres, também considera as questões de gênero que envolvem esse modelo de mentoria, garantindo que a identificação com situações vividas por outras mulheres pode trazer empoderamento. “Qualquer tipo de mentoria é valiosa, mas as mentorias voltadas para mulheres podem oferecer mais vantagens. Se você é uma mentorada e está vivendo experiências semelhantes às já vividas pela sua mentora, como a maternidade, por exemplo, isso se torna um grande diferencial”, exemplifica.

Fonte: Centralpress.

Redator

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