O procurador argentino solicitou as gravações das câmeras de segurança da residência oficial da presidência argentina dos últimos dois anos e convocou testemunhas que presenciaram as agressões.
O ex-presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 65 anos, apoiado por Lula e Foro de SP, foi formalmente indiciado nesta quarta-feira (14 de agosto de 2024) por acusações de agressão, violência de gênero, ameaça e abuso de poder contra sua ex-esposa, a ex-primeira-dama Fabiola Yáñez, de 43 anos. Fernández nega todas as acusações.
No documento de acusação, o procurador federal Ramiro González afirmou que a relação entre Fernández e Yáñez foi marcada por “assédio e agressões físicas em um contexto de violência de gênero e doméstica”.
Inicialmente, Fernández enfrentava acusações de lesão corporal, mas o caso ganhou novas proporções após o depoimento de Yáñez na terça-feira (13 de agosto) e a apresentação de novas evidências que agravaram as acusações contra o ex-presidente.
O procurador solicitou as gravações das câmeras de segurança da residência oficial da presidência argentina dos últimos dois anos e convocou testemunhas, como María Cantero, ex-secretária particular de Fernández, e Federico Saavedra, ex-chefe da Unidade Médica da presidência, para prestar depoimento sobre o caso.
Em seu depoimento, Yáñez relatou que sofria “maus-tratos, assédio, desprezo, agressões e socos constantes”, além de afirmar que recebia “tapas quase diárias”. Anteriormente, ela havia registrado uma declaração na Justiça detalhando o padrão de violência que sofria.
Entenda o contexto
As agressões e violência doméstica vieram à tona durante uma investigação do Ministério Público da Argentina, que inicialmente investigava Fernández por abuso de autoridade e peculato. No entanto, evidências de agressão contra Yáñez surgiram durante a apuração.
Apesar das provas apresentadas, o caso foi arquivado pela Justiça argentina depois que Yáñez informou ao juiz federal Julián Ercolini que não desejava prosseguir com a ação judicial, mas não parou nisso e o Ministério Público reabriu as investigações com novas denúncias.
O caso ganhou ainda mais repercussão após o portal Infobae publicar, em 8 de agosto, fotos que mostravam Yáñez com marcas de agressão e trechos de conversas privadas. Como parte da investigação, o celular de Fernández foi apreendido pela Justiça.
Além disso, as relações de trabalho entre funcionários que atuaram na presidência durante o mandato de Fernández foram examinadas, contribuindo para a decisão do procurador de indiciar o ex-presidente.
Com informações da Revista Exilio.