Bolsonaro indica aliados como testemunhas no STF

Defesa lista Tarcísio, Pazuello e Mourão em processo sobre golpe
O ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou nesta segunda-feira (28) sua defesa prévia ao Supremo Tribunal Federal (STF) no processo em que é réu por suposta tentativa de golpe de Estado. No documento, Bolsonaro indicou 15 testemunhas de defesa, entre elas o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o ex-ministro da Saúde e atual deputado federal Eduardo Pazuello, e o senador Hamilton Mourão. A lista inclui ainda os senadores Ciro Nogueira e Rogério Marinho, além de nomes ligados ao alto escalão militar e o ex-diretor de tecnologia do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), José Janino.
A estratégia da defesa parece se basear em depoimentos de figuras influentes que mantiveram vínculos institucionais com Bolsonaro durante e após seu mandato. A entrega da defesa ocorreu após um episódio controverso: Bolsonaro foi intimado pelo STF enquanto estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, em recuperação de uma cirurgia intestinal. A intimação, assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, ocorreu no dia 23 de abril, um dia após Bolsonaro aparecer em uma live transmitida de dentro do hospital para divulgar produtos de sua linha comercial.
A participação na transmissão ao vivo foi interpretada pelo STF como indicativo de que o ex-presidente estaria em condições de receber a notificação. A decisão de Moraes gerou reações intensas nos bastidores políticos e jurídicos, com aliados de Bolsonaro classificando o ato como “desumano” e “politicamente calculado”. A defesa do ex-presidente não deixou de mencionar o episódio na UTI como parte do contexto em que foi citado, insinuando falta de sensibilidade processual diante de uma condição clínica delicada.
A ação penal no STF investiga a suposta tentativa de Bolsonaro e aliados de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A acusação inclui crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado.
A lista de testemunhas apresentada por Bolsonaro reúne figuras centrais do seu governo e membros das Forças Armadas, indicando uma tentativa de reforçar a narrativa de que não houve intenção golpista. A defesa também questiona a determinação de Moraes sobre as testemunhas, solicitando que o STF intime formalmente os indicados, alegando que a medida destoa da adotada em outras ações penais na corte.
O processo segue em andamento no STF, com a expectativa de que as testemunhas sejam ouvidas nas próximas etapas. A defesa de Bolsonaro busca, com isso, fortalecer sua posição e contestar as acusações que pesam contra o ex-presidente.
Fonte: Agência Brasil
Da Redação.
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