Conflito nuclear ameaça estabilidade global

Raízes do Conflito: Uma Inimizade Histórica

A hostilidade entre Israel e Irã tem raízes na Revolução Islâmica de 1979, que estabeleceu um governo iraniano anti-Israel e antiocidental. Desde então, os dois países travam uma guerra fria, muitas vezes por meio de proxies como Hezbollah e Hamas. Israel, que possui um arsenal nuclear não oficial, considera o programa nuclear iraniano uma ameaça à sua existência. O Irã, embora afirme que seu programa nuclear é pacífico, enriquece urânio a níveis preocupantes, conforme relatórios da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Essa desconfiança mútua alimenta a escalada atual.

Operação Escudo de Sião: O Ataque Preventivo de Israel

Na sexta-feira, 13 de junho de 2025, Israel lançou a “Operação Escudo de Sião”, uma ofensiva surpresa contra o Irã. Mais de 200 caças e 300 munições guiadas atingiram alvos estratégicos, incluindo as instalações nucleares de Natanz, Fordo e Arak, além de bases da Guarda Revolucionária. A operação resultou na morte de militares de alto escalão, como o general Qassem Ghaani, e cientistas nucleares iranianos. O premiê Benjamin Netanyahu justificou o ataque como uma medida para impedir um “holocausto nuclear”, alegando que o Irã estava próximo de desenvolver uma bomba atômica.

Retaliação Iraniana: A Operação Tempestade Sagrada

O Irã respondeu com a “Operação Tempestade Sagrada”, lançando 180 mísseis balísticos e 120 drones contra Israel. Os ataques atingiram cidades como Tel Aviv e Haifa, deixando 28 mortos e 450 feridos até 17 de junho. O comandante das forças terrestres iranianas, Kiomars Heidari, anunciou o uso de armas “novas e avançadas” e prometeu intensificar os bombardeios. No Irã, os ataques israelenses causaram 267 mortes, 1.400 feridos e danos a infraestruturas críticas, como o porto de Bandar Abbas e a refinaria de Abadan.

Repercussões Regionais e Globais

O conflito desestabilizou o Oriente Médio, com o fechamento de espaços aéreos no Irã, Israel, Líbano e Jordânia, afetando companhias aéreas como Turkish Airlines e Etihad Airways. O preço do petróleo subiu 8%, refletindo temores de interrupções no Estreito de Ormuz. A Rússia e a China condenaram Israel, enquanto os EUA, aliados de Tel Aviv, reforçaram sua presença militar na região. O presidente americano, Donald Trump, vetou um plano israelense para atacar o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, mas pediu negociações urgentes.

Ameaça Nuclear e Riscos de Escalada

Os ataques às instalações nucleares iranianas, especialmente Natanz, reacenderam o debate sobre uma corrida armamentista. Especialistas alertam que, se o Irã acelerar seu programa nuclear em retaliação, nações como Arábia Saudita e Turquia podem buscar armas nucleares. A AIEA confirmou danos moderados em Fordo, mas sem vazamentos radioativos. A resiliência de instalações subterrâneas iranianas sugere que apenas armas americanas de alta penetração poderiam destruí-las completamente, aumentando a dependência de Israel dos EUA.

Caminhos para a Paz: Um Horizonte Distante

A ONU e a União Europeia pediram um cessar-fogo imediato, mas tanto Israel quanto o Irã rejeitam negociações. O Irã exige o fim dos ataques israelenses, enquanto Netanyahu condiciona a paz à desmilitarização do programa nuclear iraniano. A escalada ameaça envolver potências globais, com risco de um conflito regional devastador. A diplomacia, embora essencial, enfrenta desafios devido à polarização política interna nos dois países e à falta de mediadores neutros.

Entenda a tensão no Oriente Médio para além do que a mídia ocidental mostra com o documentário From the River to the Sea.

Assista abaixo:

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Fonte: BBC News, Reuters, Al Jazeera, com base em informações da fonte inicial Brasil Paralelo.

Da Redação