Acorda Brasil! 58% dos brasileiros rejeitam STF, aponta Datafolha

0
Fachada-com-estatua

Pesquisa revela crise de confiança no Supremo e nos Três Poderes

Uma pesquisa Datafolha, divulgada em 27 de junho de 2025, revelou um cenário de profunda desconfiança dos brasileiros em relação às instituições públicas, com destaque para o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o levantamento, 58% dos entrevistados afirmam sentir vergonha dos ministros do STF, enquanto apenas 30% expressam orgulho pela corte. O estudo, conduzido entre 10 e 11 de junho com 2.004 pessoas em 136 municípios, tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. A pergunta central da pesquisa era: “Você tem mais orgulho do que vergonha ou mais vergonha do que orgulho de determinada instituição?”.

Crise de credibilidade nos Três Poderes

Os resultados mostram que a rejeição não se limita ao STF. Os Três Poderes — Executivo, Legislativo e Judiciário — apresentam índices de vergonha semelhantes. Segundo o Datafolha, 56% dos brasileiros dizem sentir vergonha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 58% rejeitam os deputados federais e 59% expressam vergonha em relação aos senadores. Esses números refletem um descontentamento generalizado com as principais instituições democráticas do país, apontando para uma crise de confiança que transcende esferas específicas do poder.

A pesquisa também destaca que instituições como as Forças Armadas, prefeitos e o próprio povo brasileiro ainda despertam mais orgulho do que vergonha. Por exemplo, 55% dos entrevistados sentem orgulho das Forças Armadas, contra 36% que expressam vergonha. Já os prefeitos têm 62% de orgulho, e o povo brasileiro, 61%. Esses dados sugerem que, apesar da insatisfação com as elites políticas e judiciais, há uma percepção mais positiva sobre setores menos associados ao embate político-partidário.

Polarização política influencia percepção

A percepção sobre o STF está fortemente atrelada à preferência político-partidária. Entre os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a rejeição ao Supremo é significativamente maior: 82% dizem sentir vergonha, e apenas 12% expressam orgulho. Entre os eleitores do PL, partido de Bolsonaro, o índice de vergonha chega a 91%, com apenas 5% de orgulho. Esse cenário reflete o impacto de decisões judiciais recentes, como a inelegibilidade de Bolsonaro em 2023 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com votos de ministros do STF, e o julgamento em curso sobre sua suposta participação em uma trama golpista após as eleições de 2022.

Por outro lado, entre os eleitores de Lula e do PT, a percepção é mais favorável, embora não unânime. Cerca de 52% dos lulistas e 53% dos petistas dizem sentir orgulho do STF, enquanto 36% expressam vergonha. Entre aqueles que avaliam o governo Lula como “ótimo ou bom”, 57% têm orgulho do Supremo, mas esse número cai para apenas 10% entre os que consideram a gestão “ruim ou péssima”. Essa polarização evidencia como a visão sobre o STF é moldada por alinhamentos políticos, com o tribunal sendo alvo de críticas especialmente entre setores bolsonaristas.

Diferenças por religião e faixa etária

A pesquisa também identificou variações na percepção do STF com base em fatores religiosos e etários. Entre os evangélicos, 66% dizem ter vergonha dos ministros, contra apenas 22% que expressam orgulho. Já entre os católicos, a rejeição é menor (56%), e o orgulho sobe para 33%. Esses dados sugerem que a visão negativa do STF é mais acentuada em grupos evangélicos, possivelmente influenciados por pautas morais e conservadoras que frequentemente entram em choque com decisões do Supremo, como as relacionadas ao aborto e à união homoafetiva.

Em termos etários, a rejeição ao STF é mais alta na faixa de 45 a 60 anos, com 43% expressando vergonha, enquanto o orgulho é maior entre os jovens de 16 a 24 anos (65% para as Forças Armadas, mas não especificado para o STF). Esses recortes indicam que a percepção das instituições varia conforme o perfil demográfico, com os mais jovens sendo menos críticos em relação a algumas instituições.

Contexto de decisões polêmicas

O STF ganhou protagonismo nos últimos anos ao julgar casos de grande impacto, como o mensalão, recursos da Operação Lava Jato e temas sensíveis, como a descriminalização do aborto de fetos anencéfalos e a legalização da união civil entre pessoas do mesmo sexo. Essas decisões, embora históricas, geraram controvérsias e contribuíram para a polarização em torno da corte. A atuação do Supremo em questões políticas, como o julgamento de Bolsonaro, também intensificou as críticas de setores da sociedade, especialmente entre seus opositores.

Reflexão sobre a crise institucional

Os resultados da pesquisa Datafolha apontam para uma crise de legitimidade que desafia as instituições democráticas brasileiras. A alta rejeição ao STF, combinada com a insatisfação com o Congresso e o Executivo, sugere a necessidade de ações para restaurar a confiança pública. Para o Supremo, isso pode envolver maior transparência em suas decisões e esforços para se comunicar melhor com a sociedade. A polarização política, por sua vez, reforça a importância de um diálogo que supere divisões partidárias e promova a coesão social.


O que você acha dos resultados dessa pesquisa? Acredita que o STF e outras instituições podem recuperar a confiança dos brasileiros? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe esta matéria para fomentar o debate

Fonte: No Centro do Poder.

Da Redação.

Jornalista


Descubra mais sobre GRNOTICIAS

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Queremos ouvir você, deixe seu comentário, será um prazer respondê-lo.

Descubra mais sobre GRNOTICIAS

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading