Avião histórico cai e mata instrutor e aluno em Rio Preto

Paulistinha de 1943 despencou no último dia de validade do CVA
São José do Rio Preto, SP – O instrutor de voo Abner Casagrande de Oliveira, de 41 anos, e o estudante Felipe Coiado Gomes, de 23 anos, morreram na manhã desta terça-feira (1º/7) quando o avião de instrução em que voavam caiu em área rural da cidade. O acidente ocorreu por volta das 11h50, na Estrada Municipal José Domingues Netto, região da Estância Santa Inês, no interior paulista.
A aeronave envolvida no acidente é um CAP-4 Paulistinha, prefixo PP-RDJ, fabricado em 1943 e pertencente ao Aeroclube de São José do Rio Preto. O que torna o caso ainda mais dramático é que o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) vencia justamente nesta terça-feira, data da queda.
Vítimas tinham experiência na aviação
Segundo apurado pelo Estadão, Abner é natural de Rio Preto e tinha se formado recentemente como instrutor de voo. O jovem Felipe Coiado Gomes, de apenas 23 anos, estava em processo de formação como piloto privado. Ambos eram membros ativos da comunidade aeronáutica local e frequentadores assíduos do Aeroclube.
O instrutor Abner Casagrande deixa esposa e filhos. Conhecido pela dedicação ao ensino da aviação, ele havia iniciado sua carreira como instrutor há poucos anos, mas já demonstrava grande paixão pela profissão. Felipe, por sua vez, sonhava em se tornar piloto comercial e estava próximo de concluir sua formação básica.
Operação de resgate e primeiros socorros
O Corpo de Bombeiros foi acionado às 11h50 e deslocou seis viaturas para o local do acidente. Felizmente, não houve incêndio nem vazamento de combustível, o que facilitou o trabalho das equipes de emergência. A corporação ainda informou que a aeronave não atingiu outras estruturas, evitando danos materiais adicionais ou outras vítimas.
As equipes de resgate encontraram os dois ocupantes já sem vida nos destroços da aeronave. O isolamento da área foi feito imediatamente para preservar evidências que possam auxiliar na investigação das causas do acidente.
Investigação em andamento
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e a Polícia Técnico-Científica foram acionados para investigar as circunstâncias do acidente. Os órgãos competentes irão analisar fatores como condições meteorológicas, manutenção da aeronave, experiência do piloto e possíveis falhas mecânicas.
O Terra informou que o avião que caiu em Rio Preto tinha dois assentos e estava com “operação negada para táxi aéreo”, sendo permitido apenas o uso em instruções privadas. Esta informação será crucial para determinar se a aeronave estava sendo utilizada dentro de suas especificações autorizadas.
O histórico Paulistinha CAP-4
O Paulistinha CAP-4 é um avião monomotor a pistão, de asa alta, desenvolvido e fabricado pela Companhia Aeronáutica Paulista, nos modelos CAP-4, e posteriormente pela Neiva, no modelo P-56 C. É considerada uma das aeronaves treinadoras de maior sucesso no Brasil, tendo formado diversas gerações de pilotos.
No dia 2 de abril de 1943, em Utinga, São Paulo, o primeiro avião “Paulistinha” CAP-4, pertencente ao “Grupo Pignatari”, ficou pronto nas linhas de montagem da Companhia Aeronáutica Paulista. A aeronave acidentada fazia parte dessa primeira geração de aviões fabricados no Brasil especificamente para instrução de voo.
The CAP-4 was originally developed by Empresa Aeronáutica Ypiranga as an unlicensed copy of the Taylor Cub powered by a Salmson 9Ad radial engine. It featured a high strut-braced wing, two enclosed tandem seats, and a steel-tube fuselage with fabric covering.
Impacto na comunidade aeronáutica
O acidente causou consternação na comunidade aeronáutica de São José do Rio Preto e região. O Aeroclube local, fundado há décadas, é uma instituição respeitada na formação de pilotos privados e tem um histórico de segurança reconhecido.
“Esse Paulistinha era um CAP-4 que depois foi convertido para o padrão P-56, da Neiva. Ele está aqui em Marília há mais de 70 anos e nunca deu problema. Temos aviões de instrução bem mais novos e avançados na frota do aeroclube, como modelos da Piper e Cessna, mas o Paulistinha é” uma referência na formação de pilotos, segundo depoimentos de outros aeroclubes da região.
Medidas de segurança e prevenção
Este acidente levanta questões importantes sobre a manutenção e operação de aeronaves históricas usadas para instrução. Embora o Paulistinha seja conhecido por sua robustez e confiabilidade, aeronaves com mais de 80 anos de idade requerem cuidados especiais de manutenção e inspeção.
A coincidência entre a data do acidente e o vencimento do CVA será um ponto central da investigação. Os especialistas irão verificar se havia alguma condição conhecida que poderia ter contribuído para o acidente ou se foi uma fatalidade.
Próximos passos
As famílias das vítimas estão sendo assistidas pelo Aeroclube e por amigos da comunidade aeronáutica. O sepultamento de ambas as vítimas ainda não teve data definida, aguardando a liberação dos corpos pelos órgãos competentes.
O Cenipa deve divulgar um relatório preliminar nas próximas semanas, enquanto a investigação completa pode levar meses para ser concluída. Esta investigação será fundamental para identificar as causas do acidente e implementar medidas preventivas para evitar ocorrências similares.
A comunidade aeronáutica de São José do Rio Preto se despede de dois apaixonados pela aviação, lembrando que voar sempre envolve riscos, mas que a paixão pelo céu une pessoas de todas as idades em busca do sonho de voar.
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Da Redação.
Jornalista
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