Acorda Brasil! PT em Crise: Eleição Interna Adiada por Impasse em MG

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Judicialização de candidatura trava apuração nacional do partido

A eleição interna do Partido dos Trabalhadores (PT) para definir sua nova liderança nacional e os diretórios estaduais e municipais foi marcada por um impasse que paralisou o processo em Minas Gerais, comprometendo a apuração em todo o país. A votação, inicialmente prevista para o último domingo (6 de julho de 2025), foi adiada no estado após uma decisão judicial que determinou a inclusão da deputada federal Dandara Tonantzin (PT-MG) na disputa pela presidência do diretório estadual. O adiamento gerou incertezas sobre a conclusão do Processo de Eleições Diretas (PED) e expôs tensões internas na legenda, reacendendo debates sobre a judicialização de decisões partidárias.

Contexto do Impasse

O cerne da controvérsia está na candidatura de Dandara Tonantzin, que havia sido indeferida pelo PT sob a alegação de que a deputada não quitou suas contribuições partidárias dentro do prazo estipulado, 29 de maio. A parlamentar, no entanto, recorreu à Justiça, que, em decisão proferida pela 17ª Vara Cível de Brasília no sábado (5), determinou sua inclusão na disputa em igualdade de condições com os demais candidatos. A liminar, concedida pelo juiz Jerônimo Grigoletto Goellner, anulou as decisões internas do partido que barravam a candidatura, alegando que Dandara quitou uma dívida de aproximadamente R$ 130 mil, embora um problema bancário tenha atrasado a confirmação do pagamento.

A direção nacional do PT, no entanto, alegou “impossibilidade logística” para incluir o nome de Dandara nas cédulas já distribuídas em mais de 700 municípios mineiros. Como resultado, a votação em Minas Gerais, que abrange os níveis municipal, estadual e nacional, foi suspensa, comprometendo os dados necessários para a conclusão do pleito em âmbito nacional. A nova data para o PED no estado ainda não foi definida, e os prazos para que os diretórios regionais apresentem os resultados ao sistema nacional, inicialmente fixados para 14h de segunda-feira (7), foram suspensos.

Reações e Críticas à Judicialização

O presidente interino do PT, senador Humberto Costa, classificou a judicialização do processo como um “equívoco” e defendeu a autonomia do partido em suas decisões internas. “As decisões são todas tomadas por maioria. Nesse caso, foi por uma maioria muito significativa do Diretório Nacional, e eu acho que foi um equívoco essa judicialização”, declarou Costa em entrevista na sede nacional do PT. Ele destacou que, historicamente, o partido foi “muito duro” com filiados que recorreram à Justiça contra decisões internas, e casos semelhantes já foram encaminhados à Comissão de Ética da legenda.

A cúpula do PT contestou a decisão judicial, argumentando que o Judiciário não deveria interferir na vida interna do partido. A Executiva Nacional ingressou com um agravo contra a manifestação do diretório estadual mineiro, que havia se posicionado a favor da habilitação de Dandara, e reforçou que apenas a instância nacional tem autoridade para deliberar sobre o PED.

Impactos na Eleição Nacional

O adiamento em Minas Gerais, um dos estados com maior número de filiados do PT, tem consequências diretas na apuração da eleição nacional. Segundo Humberto Costa, uma prévia do resultado poderá ser divulgada apenas se o primeiro colocado, como o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva, apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, obtiver uma votação expressiva que torne os votos mineiros irrelevantes para o desfecho. Caso contrário, a definição do novo presidente nacional, que conduzirá a legenda até 2029, ficará suspensa até a realização do pleito em Minas.

A eleição interna também define a composição do diretório nacional, com 94 cadeiras distribuídas proporcionalmente entre as chapas, o que torna a votação mineira ainda mais estratégica. Nos bastidores, aliados de Edinho Silva veem a judicialização como uma tentativa de setores minoritários de enfraquecer a legitimidade da disputa, enquanto a direção nacional teme que o precedente possa incentivar novas ações judiciais em outros estados.

Reunião Extraordinária e Próximos Passos

Para enfrentar o impasse, o Diretório Nacional convocou uma reunião extraordinária para terça-feira (8 de julho), às 17h, com o objetivo de discutir o caso de Minas Gerais e outras contestações de filiados contra decisões internas. A reunião também buscará definir uma nova data para a eleição no estado. Enquanto isso, o PT enfrenta críticas internas e externas pela demora na resolução do conflito, que expõe fragilidades na governança partidária e alimenta a percepção de crise interna.

Cenário Político e Repercussões

O imbróglio em Minas Gerais, um estado politicamente estratégico, ocorre em um momento delicado para o PT, que se prepara para a eleição de 2026 e busca consolidar sua estratégia para a reeleição de Lula. A judicialização é vista por alguns dirigentes como um sinal de fragmentação interna, enquanto outros destacam a importância de respeitar a decisão judicial para garantir a democracia no processo eleitoral do partido. A candidatura de Dandara, apoiada pelo atual presidente do PT mineiro, Cristiano Silveira, e pelo deputado federal Reginaldo Lopes, reforça a relevância do estado na disputa interna.


O que você acha da crise na eleição interna do PT? A judicialização foi um equívoco ou um direito da candidata? Comente sua opinião e compartilhe! 🗳️✨

Fonte da matéria: Jornal Cidade On-line, O Tempo, CNN Brasil, Estadão e Valor Econômico.

Da Redação.

Jornalista


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