Lavrov Atribui a Lula Iniciativa por Pagamentos no BRICS, Gerando Tensão com EUA

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Proposta de alternativas ao dólar reacende atrito com Washington

Em um cenário de crescentes tensões geopolíticas e realinhamento de forças econômicas, uma declaração do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, trouxe à tona o protagonismo do Brasil na discussão sobre a criação de sistemas de pagamento alternativos ao dólar no bloco BRICS. A afirmação de Lavrov, que atribui diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a iniciativa de propor tais mecanismos, adiciona uma camada de complexidade às relações diplomáticas brasileiras, especialmente com os Estados Unidos, que veem com desconfiança qualquer movimento que ameace a hegemonia do dólar.

A declaração de Lavrov remonta à cúpula do BRICS realizada em Joanesburgo, em agosto de 2023. Naquela ocasião, conforme o chanceler russo, foi Lula quem impulsionou o debate sobre a necessidade de desenvolver plataformas de pagamento e mecanismos de compensação interbancária independentes da moeda americana. “Foi o presidente Lula da Silva, na cúpula do BRICS em Joanesburgo, no ano passado, que iniciou o debate trabalhado pela presidência russa sobre sistemas de pagamento alternativos”, afirmou Lavrov, destacando a importância da liderança brasileira no tema. Ele prosseguiu, expressando otimismo quanto à continuidade do engajamento brasileiro: “Como já disse, houve progresso, mas é preciso levá-lo à sua conclusão lógica para que surjam mecanismos prontos para serem usados. Não tenho dúvidas de que nossos colegas brasileiros dedicarão o máximo de energia a essa questão.”

O Desafio à Hegemonia do Dólar e a Reação Americana

A proposta de desdolarização, um tema recorrente nas discussões do BRICS, é vista por muitos como uma estratégia para reduzir a vulnerabilidade dos países membros às sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos e para promover maior autonomia financeira. No entanto, essa busca por alternativas tem provocado uma forte reação de Washington. Os Estados Unidos, cientes da força que o dólar confere à sua política externa e economia, observam com atenção e preocupação qualquer movimento que possa erodir essa primazia. A declaração de Lavrov, ao colocar Lula no centro dessa iniciativa, pode intensificar o escrutínio e a pressão sobre o Brasil.

A preocupação americana não é recente. Relatos indicam que, mesmo antes de medidas mais drásticas, como a imposição de novas taxas sobre produtos brasileiros, a Casa Branca, e em particular o ex-presidente Donald Trump, acompanhou de perto as discussões do BRICS, ciente do potencial impacto das propostas de desdolarização. A menção de que Trump teria monitorado a cúpula do BRICS no Brasil antes de comunicar uma nova taxa de 50% sobre produtos brasileiros sugere uma possível correlação entre as iniciativas do bloco e as retaliações comerciais, embora essa ligação precise ser analisada com mais dados para se afirmar uma causalidade direta.

Lula e a Busca por uma Ordem Multipolar

A postura de Lula no cenário internacional tem sido marcada por uma busca ativa por uma ordem mundial mais multipolar, onde o Brasil possa exercer maior influência e os países em desenvolvimento tenham mais voz. Essa visão se alinha com a proposta de sistemas de pagamento alternativos, que visa a criação de um sistema financeiro mais equitativo e menos dependente de uma única moeda e de um único polo de poder. Contudo, essa agenda audaciosa também acarreta riscos, especialmente no que tange às relações com potências estabelecidas como os Estados Unidos.

A atribuição de Lavrov, de certa forma, “joga a bomba no colo de Lula”, como sugere a fonte. Isso porque, ao ser apontado como o principal articulador da iniciativa, o presidente brasileiro pode se ver em uma posição delicada, precisando equilibrar a busca por autonomia e a manutenção de relações pragmáticas com todas as grandes potências. A narrativa de que Lula estaria “em busca de conflitos com o presidente dos Estados Unidos” pode ser interpretada de diversas maneiras, mas sublinha a percepção de que a política externa brasileira, sob sua liderança, tem desafiado o status quo em algumas frentes.

Perspectivas e Desafios Futuros

O futuro dos sistemas de pagamento alternativos no BRICS dependerá não apenas da vontade política de seus membros, mas também da capacidade de superar desafios técnicos, regulatórios e de aceitação global. A Rússia, por sua vez, tem um interesse particular na desdolarização, dadas as sanções abrangentes que enfrenta por parte do Ocidente. Ao endossar publicamente a liderança de Lula nesse tema, Lavrov reforça a cooperação entre os dois países e o alinhamento de seus interesses na construção de um sistema financeiro global mais diversificado.

Para o Brasil, o desafio será navegar as águas complexas da política internacional. Manter um diálogo aberto e construtivo com os Estados Unidos, ao mesmo tempo em que se busca fortalecer a autonomia e a voz dos países em desenvolvimento, exigirá habilidade diplomática e uma estratégia clara. A discussão sobre sistemas de pagamento alternativos não é meramente técnica; ela é intrinsecamente política e reflete as profundas transformações em curso na economia global. A iniciativa de Lula, conforme revelado por Lavrov, coloca o Brasil no epicentro dessas transformações, com todas as oportunidades e riscos que isso implica.


Qual sua visão sobre a crescente busca por alternativas ao dólar e o papel do Brasil nesse cenário? Deixe seu comentário e participe dessa discussão crucial para o futuro da economia global! 👇

Fonte: Jornal da Cidade Online

Da Redação.

Jornalista


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