EUA Intensificam Críticas a Moraes por Perseguição a Bolsonaro

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Embaixada e governo Trump acusam ministro do STF de censura

A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil e o governo de Donald Trump intensificaram as críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em uma escalada de tensões diplomáticas entre os dois países. Em declarações recentes, o subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado, Darren Beattie, e o secretário de Estado, Marco Rubio, acusaram Moraes de liderar uma campanha de repressão e censura contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As declarações, amplificadas por postagens nas redes sociais da Embaixada americana, sugerem que sanções contra Moraes são apenas o início de medidas para conter o que chamam de violações à liberdade de expressão, com impactos que se estendem além das fronteiras brasileiras.

Contexto da Crise Diplomática

A relação entre Brasil e Estados Unidos vive seu pior momento em anos, conforme especialistas ouvidos pela BBC News Brasil. A crise ganhou força após a imposição de medidas cautelares pelo STF contra Jair Bolsonaro, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de uso de redes sociais e restrições de contato com diplomatas e embaixadas. Essas medidas, determinadas por Moraes em 18 de julho de 2025, foram justificadas por investigações que apontam Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro, como articuladores de esforços para obter sanções estrangeiras contra agentes públicos brasileiros, com o objetivo de pressionar o STF.

O governo americano reagiu rapidamente. No mesmo dia, Marco Rubio anunciou a revogação dos vistos de entrada nos EUA para Moraes, seus familiares e “aliados” no STF, alegando que as ações do ministro configuram uma “caça às bruxas política” que viola direitos fundamentais não apenas de brasileiros, mas também de americanos. A Embaixada dos EUA no Brasil reforçou a mensagem em 24 de julho, publicando em suas redes sociais que Moraes é o “coração pulsante” de um sistema de perseguição e censura contra Bolsonaro, prometendo novas providências.

Declarações de Darren Beattie e Marco Rubio

Darren Beattie, subsecretário de Diplomacia Pública, afirmou em postagem na rede social X que as ações de Moraes cerceiam a liberdade de expressão, inclusive nos Estados Unidos. “O Juiz Moraes é o coração pulsante do complexo de perseguição e censura contra Jair Bolsonaro, que por sua vez cerceou a liberdade de expressão nos Estados Unidos. Graças à liderança do Presidente Trump e do Secretário Rubio, estamos atentos e tomando medidas”, escreveu. A declaração ecoa a narrativa de Rubio, que acusou Moraes de extrapolar as fronteiras brasileiras ao impor restrições que afetam empresas americanas, como a rede social X, bloqueada no Brasil em 2024 por ordem do STF.

Rubio, em sua postagem de 18 de julho, justificou a revogação dos vistos com base na Lei de Imigração e Nacionalidade dos EUA, que permite ao secretário de Estado barrar a entrada de estrangeiros cujas ações possam ter “consequências adversas” para a política externa americana. Ele também mencionou a possibilidade de sanções baseadas na Lei Global Magnitsky, que permite punições a autoridades acusadas de corrupção ou violações de direitos humanos, embora tais medidas ainda estejam em análise.

Reação no Brasil e Resposta do Itamaraty

O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, reagiu com surpresa às declarações americanas, classificando-as como uma tentativa de politizar decisões judiciais e uma violação do princípio da independência dos poderes. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que rejeita “qualquer tentativa de politizar decisões judiciais” e destacou a soberania do Judiciário brasileiro, conforme previsto na Constituição de 1988. Apesar dos esforços diplomáticos para evitar uma escalada, não há previsão de reunião bilateral entre os presidentes Lula e Trump, mesmo com a proximidade da Cúpula do G7, em junho.

O STF, por sua vez, não se manifestou oficialmente sobre as sanções contra Moraes, mas fontes próximas à Corte afirmam que as medidas americanas são vistas como uma interferência inaceitável nos assuntos internos do Brasil. A decisão de Moraes de impor medidas restritivas a Bolsonaro foi ratificada pela Primeira Turma do STF, reforçando a legitimidade das investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022 e 2023.

Papel de Eduardo Bolsonaro e Bolsonaristas nos EUA

A ofensiva contra Moraes tem sido impulsionada por Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado que se mudou para os Estados Unidos em 2025. Desde então, ele tem articulado com aliados de Trump, como o estrategista Steve Bannon e o ex-conselheiro Jason Miller, para pressionar por sanções contra o ministro do STF. Eduardo celebrou as medidas anunciadas por Rubio, afirmando que “tem muito mais por vir” e sugerindo que as ações americanas são uma resposta direta à “perseguição” contra seu pai.

Além disso, bolsonaristas nos EUA, como Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente João Figueiredo, têm amplificado a narrativa de que Moraes promove censura e violações de direitos humanos. Essa campanha ganhou força após a visita de David Gamble, chefe interino de sanções do Departamento de Estado, ao Brasil em maio de 2025, embora a Embaixada dos EUA tenha negado que o encontro tratasse diretamente de sanções contra Moraes.

Impactos e Perspectivas

A escalada das tensões entre Brasil e EUA, agravada pelas tarifas de 50% impostas por Trump a produtos brasileiros em 9 de julho, levanta preocupações sobre os impactos econômicos e diplomáticos. O presidente Lula anunciou que buscará a Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar as tarifas, enquanto especialistas alertam que a retórica americana pode intensificar a polarização política no Brasil. A narrativa de “censura” promovida pelo governo Trump e endossada pela Embaixada dos EUA tem sido amplamente repercutida por apoiadores de Bolsonaro, mas enfrenta resistência de setores que defendem a autonomia do Judiciário brasileiro.

A crise coloca em xeque a relação bilateral entre os dois países, com o governo brasileiro buscando evitar uma escalada, enquanto bolsonaristas veem nas ações americanas uma oportunidade para pressionar o STF e fortalecer sua base para as eleições de 2026. Resta saber como as próximas medidas do governo Trump e as respostas do Brasil moldarão esse cenário de alta tensão.


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Fonte: Informações baseadas em reportagens da BBC News Brasil, Folha de S. Paulo e postagens na rede social X.

Da Redação.

Jornalista


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