Alvos no radar: tarifas contra financiadores da guerra na Ucrânia
EUA ameaçam sanções a países que compram energia russa, com Brasil, China e Índia na linha de frente.
Os Estados Unidos intensificaram a pressão sobre países que mantêm comércio energético com a Rússia, apontada como financiadora da guerra na Ucrânia. Em pronunciamento na quarta-feira (6), o presidente Donald Trump alertou que tarifas secundárias serão aplicadas a nações que não suspenderem importações de petróleo, diesel e derivados russos até sexta-feira (8), prazo final para um possível cessar-fogo no conflito. A Casa Branca informou que negociações com o Kremlin avançaram, mas, sem um acordo definitivo, países como Brasil, China e Índia, membros dos Brics, podem enfrentar sanções comerciais severas. Outros países, como Turquia, Vietnã e Belarus, também estão na mira.
Principais Alvos: China, Índia e Brasil
Segundo dados da ONU veiculados pela revista Time, a China lidera como maior importadora de petróleo russo, com US$ 62,5 bilhões em compras em 2024, totalizando US$ 128 bilhões em produtos russos. A Índia, segundo maior comprador, adquiriu US$ 52,7 bilhões em petróleo e derivados. O Brasil, por sua vez, importou US$ 11,6 bilhões, com 39,1% do diesel consumido no primeiro semestre de 2025 vindo da Rússia, conforme o Centre for Research on Energy and Clean Air (CREA). Essa dependência coloca o Brasil em posição vulnerável, especialmente no setor energético, essencial para o agronegócio e transporte.
Impacto das Tarifas e Sanções
Trump já elevou em 25% as tarifas sobre produtos indianos, totalizando 50%, após Nova Déli se recusar a suspender compras de energia russa. China e Brasil, que já enfrentam taxas elevadas dos EUA, podem sofrer aumentos adicionais. No caso brasileiro, produtos como café, açúcar, carne bovina e têxteis já têm tarifas de 50%. Novas sanções podem agravar a situação, dificultando o comércio exterior. Substituir fornecedores russos, como diesel e fertilizantes, seria um desafio logístico e econômico para o Brasil, com impactos diretos nos custos internos.
Outros Países na Mira
Além dos Brics, nações como Turquia (US$ 44 bilhões em importações russas), Vietnã (nova compradora de nafta russa), Hungria, Eslováquia, Azerbaijão, Malásia, Cazaquistão e Belarus também estão sob escrutínio. Essas economias, em diferentes escalas, mantêm comércio significativo com a Rússia, o que pode levar a sanções caso não cumpram as exigências americanas. A estratégia de Washington é asfixiar financeiramente o Kremlin, cortando suas receitas de exportação para pressionar por um fim rápido ao conflito.
Negociações e Ultimato
A Casa Branca afirmou que as negociações para um cessar-fogo na Ucrânia estão progredindo, mas Trump foi enfático: sem um acordo até sexta-feira, as tarifas serão implementadas. “Essa guerra precisa acabar, e vamos garantir isso”, declarou. A falta de detalhes sobre os avanços nas conversas mantém a incerteza, enquanto o plano de sanções permanece pronto para ser acionado. A pressão econômica é vista como a principal ferramenta dos EUA para forçar a Rússia a recuar.
Riscos para o Brasil
A dependência brasileira de insumos russos, como diesel e fertilizantes, expõe o país a impactos significativos. Especialistas alertam que substituir esses fornecedores seria complexo, com custos elevados para o agronegócio e o transporte. A possibilidade de tarifas adicionais ameaça a competitividade brasileira no mercado americano, um dos principais destinos de suas exportações. O governo brasileiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre as ameaças.
O que está em jogo?
A escalada de tarifas pode redesenhar o comércio global, forçando países a escolherem entre manter laços econômicos com a Rússia ou preservar relações comerciais com os EUA. Para Brasil, China e Índia, a decisão envolve equilibrar interesses econômicos e estratégicos em um cenário de tensões geopolíticas crescentes.
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Fonte: Reuters, Time, Centreója, Time, Centre for Research on Energy and Clean Air (CREA), Banco de Dados Comercial das Nações Unidas.