Pai de Santo e Esposa Indiciados por Triplo Assassinato no RS

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Ciúmes e medo de escândalo motivam crimes brutais em Esteio

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul concluiu uma investigação chocante sobre o triplo assassinato de uma jovem, um adolescente e um bebê de dois meses em Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O caso, que envolve o pai de santo Jocemar Antunes de Almeida, de 45 anos, e sua esposa, Belisia de Fátima da Silva, revelou um enredo de traição, ciúmes e violência extrema. Ambos foram presos preventivamente e indiciados, junto a dois adolescentes, por crimes que abalaram a comunidade local. A seguir, detalhamos os principais pontos do caso.

Contexto do Crime

No dia 20 de julho de 2025, Kauany Martins Kosmalski, de 18 anos, Ariel Silva da Rosa, de 16 anos, e Miguel Martins Kosmalski, bebê de 2 meses, foram brutalmente assassinados. Os corpos foram encontrados três dias depois, em uma cova rasa em uma área de matagal em Esteio. Segundo a perícia, Kauany foi morta com cerca de 52 facadas, em um ato de violência extrema. Ariel também foi vítima de esfaqueamento, enquanto o bebê Miguel faleceu por traumatismo craniano.

A investigação revelou que Jocemar, líder religioso local, mantinha uma relação extraconjugal com Kauany desde que ela era menor de idade. Ele confessou ser o pai do bebê assassinado, o que, segundo a polícia, foi o estopim para os crimes. O medo de que a relação se tornasse pública e comprometesse sua posição como pai de santo, aliado ao ciúme de Belisia, teria motivado o casal a planejar e executar os assassinatos.

Indiciamentos e Acusações

Jocemar foi indiciado por uma série de crimes graves: violação sexual mediante fraude, feminicídio triplamente majorado contra Kauany, homicídio quadruplamente qualificado contra Ariel e Miguel, ocultação de cadáver e corrupção de menores. Belisia enfrenta as mesmas acusações, exceto por violação sexual. Dois adolescentes, de 15 e 17 anos, que participaram dos crimes, responderão por atos infracionais análogos aos crimes de feminicídio, homicídios e ocultação de cadáver.

A delegada Marcela Smolenaars, responsável pelo caso, destacou que Jocemar usava sua posição de líder religioso para manipular as vítimas e os adolescentes envolvidos, configurando o crime de corrupção de menores. A investigação também revelou uma tentativa anterior de Jocemar contra a vida de Kauany, cerca de um mês antes dos assassinatos, confirmada por mensagens trocadas com Belisia, nas quais ele admite ter “falhado” por falta de coragem.

Motivações do Crime

O inquérito aponta que o triplo assassinato foi motivado por uma combinação de fatores. Jocemar temia que a revelação de sua relação com Kauany, iniciada quando ela era menor, e a paternidade do bebê destruíssem sua reputação como líder religioso. Belisia, por sua vez, agiu movida por ciúmes. Ariel, amigo de Kauany e frequentador da casa do casal, foi morto por estar próximo dos envolvidos, possivelmente como testemunha incômoda.

A brutalidade dos crimes chocou a comunidade. A delegada Smolenaars descreveu o caso como uma “barbárie” motivada pelo desejo de ocultar a relação extraconjugal e preservar a imagem do pai de santo.

Repercussão e Próximos Passos

O inquérito foi remetido ao Ministério Público nesta sexta-feira, 8 de agosto de 2025, e a Justiça decidirá sobre a denúncia formal contra os indiciados. A defesa de Jocemar e Belisia ainda não se pronunciou oficialmente, mas a CNN abriu espaço para manifestações. A população de Esteio segue em luto, enquanto o caso levanta debates sobre abuso de poder, manipulação religiosa e violência de gênero.


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Fonte: CNN Brasil

Da Redação.

Jornalista


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