Acorda Brasil! Brasil prepara IA própria com apoio do BRICS

Projeto quer IA em português para inovação e soberania tecnológica
O Brasil avança em uma iniciativa estratégica que promete marcar presença no cenário global da inteligência artificial (IA). Em parceria com o grupo de países que compõem o BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul —, o governo brasileiro, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), está estruturando o desenvolvimento de uma inteligência artificial própria, com foco especial no português.
A iniciativa foi detalhada por Henrique Miguel, secretário de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital do MCTI, que destacou a importância de construir uma arquitetura de IA que dialogue com a língua, a cultura e os valores brasileiros. “A inteligência artificial não é um tema sensível apenas para o Brasil, mas para o mundo. Países como a China e membros da União Europeia também têm demonstrado grande preocupação e interesse no tema”, afirmou Miguel.
Segundo ele, a proposta não é competir diretamente com soluções já consolidadas, como o Chat GPT ou outros modelos internacionais, mas sim oferecer uma alternativa que respeite as especificidades nacionais e fortaleça a soberania digital do país.
Por que uma IA própria?
A decisão de investir em uma IA nacional está alinhada com um movimento global que busca reduzir dependências tecnológicas. À medida que ferramentas de IA se tornam mais sofisticadas e influentes em áreas como economia, segurança, saúde, educação e comunicação, a necessidade de garantir independência e segurança digital se torna cada vez mais evidente.
No Brasil, a predominância de sistemas desenvolvidos em inglês e ajustados para contextos culturais diferentes cria desafios para a adoção plena e inclusiva da tecnologia. Uma IA que compreenda de forma nativa a língua portuguesa e suas nuances regionais poderá oferecer respostas mais precisas, promover inclusão digital e reduzir barreiras tecnológicas para milhões de brasileiros.
BRICS como plataforma de cooperação
O envolvimento do BRICS nesse projeto reforça o caráter estratégico da iniciativa. Desde sua criação, o bloco tem buscado fortalecer a cooperação em ciência, tecnologia e inovação, com ênfase em reduzir a dependência de países do chamado “Norte Global”. A inteligência artificial, pela sua importância crescente, tornou-se um eixo central dessas discussões.
“Estamos diante de uma transformação digital sem precedentes, e o Brasil não pode ficar de fora desse movimento. O BRICS oferece um ambiente propício para a troca de experiências e a construção de soluções conjuntas”, destacou Miguel.
O projeto também abre espaço para parcerias bilaterais e multilaterais que podem acelerar o desenvolvimento tecnológico, além de permitir que o Brasil aprenda com a experiência de países que já possuem infraestrutura avançada em IA, como a China e a Índia.
Desafios pela frente
Apesar do otimismo, o caminho até a consolidação de uma IA nacional não será simples. Desenvolver modelos de linguagem exige grandes quantidades de dados, infraestrutura computacional de alto desempenho e equipes altamente qualificadas. Além disso, há desafios relacionados à ética, transparência e governança.
Especialistas apontam que a criação de uma IA brasileira precisa ser acompanhada de regulamentações claras que garantam a proteção de dados pessoais, a privacidade dos usuários e a não reprodução de vieses discriminatórios. Sem esses cuidados, o projeto pode enfrentar resistências tanto internas quanto externas.
Outro ponto importante é o financiamento. Projetos de inteligência artificial demandam investimentos de bilhões de dólares, e o Brasil terá que equilibrar recursos públicos e privados para garantir a viabilidade da proposta. Nesse sentido, a cooperação internacional pode ser decisiva para reduzir custos e acelerar resultados.
Potenciais benefícios
- Apesar dos desafios, os potenciais benefícios de uma IA nacional são expressivos. Entre eles estão:
- Fortalecimento da soberania tecnológica: menor dependência de soluções estrangeiras.
- Inclusão digital: acesso facilitado para populações que falam português e suas variantes regionais.
- Aplicações estratégicas: uso em políticas públicas, saúde, segurança e educação.
- Estímulo à inovação: criação de startups, pesquisa acadêmica e parcerias com empresas nacionais.
- Proteção de dados: maior controle sobre informações sensíveis do país e de seus cidadãos.
Um projeto de longo prazo
Henrique Miguel enfatizou que o desenvolvimento da IA brasileira deve ser visto como um projeto de longo prazo, com etapas progressivas. Nos próximos anos, o foco será na construção da base tecnológica e na formação de especialistas capazes de sustentar o ecossistema de inteligência artificial no país.
“Não é algo que se faz muito rapidamente. Precisamos investir em capacitação, em infraestrutura e em pesquisa. O mais importante é dar o primeiro passo e garantir que o Brasil tenha autonomia nesse campo estratégico”, reforçou o secretário.
Além do governo, universidades, centros de pesquisa e empresas privadas deverão ter papel central no processo. O MCTI já iniciou conversas com instituições acadêmicas e com o setor produtivo para mobilizar esforços e alinhar expectativas.
O Brasil no mapa global da IA
Enquanto potências como Estados Unidos, China e União Europeia disputam a liderança global da inteligência artificial, o Brasil busca um espaço próprio, mais conectado às suas necessidades internas e à cooperação com países emergentes. A estratégia pode posicionar o país como referência para o mundo lusófono, que reúne mais de 260 milhões de falantes em países como Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde.
Com uma IA adaptada ao português, o Brasil poderá oferecer soluções mais inclusivas e competitivas, ampliando sua influência tecnológica em escala internacional.
A iniciativa brasileira de desenvolver uma inteligência artificial própria, em parceria com o BRICS, representa um movimento ousado e necessário diante das transformações digitais que moldam o século XXI. Embora repleto de desafios, o projeto abre caminho para que o país fortaleça sua soberania, reduza dependências tecnológicas e crie oportunidades de inovação para as próximas gerações.
Se bem-sucedido, o Brasil poderá não apenas acompanhar o ritmo das grandes potências, mas também se tornar protagonista no desenvolvimento de uma IA que fala português, entende o Brasil e reflete seus valores.
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Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)
Da Redação.
Jornalista
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