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Revelado: Exército assina com banco paralelo do PCC na Faria Lima, alvo de PF por R$ 46 bi em lavagem

PCC na Faria Lima: Exército Mantém Contrato com Fintech Acusada de Lavar Dinheiro para Facção Criminosa

Introdução ao Caso: Uma Conexão Inesperada entre o Crime Organizado e Instituições Públicas

No coração do distrito financeiro de São Paulo, conhecido como Faria Lima, uma operação policial de grande escala revelou uma teia complexa de lavagem de dinheiro que liga o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções criminosas do Brasil, a sofisticadas operações financeiras. Em meio a esse escândalo, surge uma revelação surpreendente: o Exército Brasileiro mantém um contrato com a BK Instituição de Pagamento S.A., uma fintech apontada como o “banco paralelo” do esquema. Assinado em agosto de 2025, o acordo envolve o fornecimento de máquinas de cartão para a Biblioteca do Exército, permitindo pagamentos por vendas de livros e materiais literários. O valor do contrato é modesto, R$ 18.118,80, mas sua existência levanta questionamentos sobre os critérios de seleção de fornecedores por órgãos públicos e a vulnerabilidade do sistema financeiro a infiltrações criminosas.

A operação, batizada de Carbono Oculto, foi deflagrada em 28 de agosto de 2025 pela Polícia Federal (PF), Receita Federal e Ministério Público de São Paulo (MPSP). Ela expôs como o PCC utilizava fintechs para movimentar bilhões de reais oriundos de fraudes no setor de combustíveis, incluindo adulteração de gasolina e diesel. A BK Bank, como é conhecida, teria centralizado transações não rastreáveis, totalizando mais de R$ 46 bilhões entre 2020 e 2024. Essa matéria busca explicar, de forma imparcial e organizada, os detalhes do caso, com base em reportagens de veículos como Metrópoles, Folha de S.Paulo e outros, sem sensacionalismo, mas destacando os fatos apurados.

O Esquema do PCC no Setor de Combustíveis: Como Tudo Começou

Para entender o contexto, é essencial voltar ao modus operandi do PCC. Fundada em 1993 nas prisões paulistas, a facção evoluiu de um grupo de presidiários para uma organização transnacional envolvida em tráfico de drogas, roubo de cargas e, mais recentemente, fraudes financeiras sofisticadas. No esquema revelado pela PF, o foco estava no setor de combustíveis, um mercado bilionário no Brasil, com faturamento anual superior a R$ 500 bilhões.

As investigações apontam que o PCC criava empresas de fachada para importar produtos químicos usados na adulteração de combustíveis. Esses solventes, como nafta e tolueno, eram desviados para misturar com gasolina e diesel, gerando lucros ilícitos. As notas fiscais falsas eram emitidas via instituições como a BK Bank, que atuava como intermediária financeira. A fintech permitia a opacidade necessária para lavar o dinheiro: contas “bolsão” concentravam fundos de múltiplas fontes, dificultando o rastreamento.

Entre 2022 e 2023, a BK recebeu mais de 10,9 mil depósitos em espécie, somando R$ 61 milhões – uma prática atípica para fintechs, que geralmente operam digitalmente. Esses depósitos vinham diretamente de postos de combustível controlados pelo esquema. A PF estima que o grupo movimentava até R$ 1 milhão por mês por posto, com uma rede de mais de 170 estabelecimentos em São Paulo e outros estados. A “mão invisível” do PCC, como descrito em uma reportagem da revista Piauí, se estendia a contratos públicos, faturando pelo menos R$ 500 milhões em licitações governamentais.

Com a operação Carbono Oculto resultou na prisão de 13 pessoas, incluindo executivos da BK, e no bloqueio de contas bancárias. A fintech ignorou ordens judiciais para fornecer dados financeiros, o que agravou as suspeitas de conivência. Mensagens interceptadas mostram investigados se gabando de ganhos milionários, rindo de autoridades em conversas como “R$ 1 milhão por mês, kkk”.

O Contrato com o Exército Brasileiro: Detalhes e Justificativas

O contrato entre o Exército e a BK foi assinado em 4 de agosto de 2025, menos de um mês antes da deflagrada da operação. Ele previa o fornecimento de máquinas de cartão de crédito e débito para a Biblioteca do Exército, facilitando vendas de obras literárias em lojas físicas, sites, postos de venda e feiras. Os valores arrecadados seriam repassados ao Fundo do Exército via Guia de Recolhimento da União (GRU).

Em nota oficial, o Exército explicou que o processo licitatório começou como pregão eletrônico, mas foi ajustado para dispensa eletrônica por orientação da Consultoria-Geral da União (CGU), já que o valor estava abaixo do limite da Lei n.º 14.133/2021 (R$ 50 mil para dispensas). A BK apresentou documentação legal completa e ofereceu a proposta mais vantajosa entre as pesquisadas. A vigência é de um ano, até agosto de 2026.

Após a operação da PF, o Exército abriu um processo administrativo para apurar possível descumprimento contratual, especialmente porque as contas da BK foram bloqueadas, impossibilitando a execução. A instituição militar enfatizou que não havia indícios prévios de irregularidades na fintech durante a contratação. No entanto, críticos questionam a due diligence: por que uma fintech com histórico de depósitos em espécie elevados não levantou alerta em sistemas de compliance?

Esse não é o primeiro caso de contratos do Exército com empresas suspeitas. Em 2023, o Metrópoles revelou que o órgão tinha R$ 18,2 milhões em acordos com firmas em nomes de laranjas, direcionadas por um contador investigado. Essas empresas forneciam equipamentos militares como barracas e capacetes, destacando vulnerabilidades em licitações.

Outros Contratos Públicos com a BK: Correios, Câmara e Senado

A BK não se limitava ao Exército. Os Correios contrataram a fintech para processar pagamentos via cartões em agências, mas romperam o acordo logo após a operação, causando suspensão temporária do serviço. A estatal confirmou a rescisão, priorizando a integridade.

Mais grave, reportagens indicam que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal também mantinham contratos com a BK, totalizando valores significativos. A fintech faturou meio bilhão de reais em contratos públicos nos últimos anos, incluindo serviços para prefeituras e outras entidades. Isso levanta debates sobre a regulação de fintechs no Brasil: o Banco Central (BC) autoriza essas instituições, mas o monitoramento de lavagem de dinheiro é compartilhado com o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). A BK, regulada pelo BC desde 2019, explorava brechas na opacidade das transações digitais.

A Investigação da PF: Evidências e Implicações

A PF iniciou o inquérito a partir de uma distribuidora de combustíveis e a abertura da BK como fintech. Caminhões de transporte de valores eram usados para coletar dinheiro em postos, depositado na BK. A operação desmantelou um “ecossistema criminoso” com empresas de fachada no setor de combustíveis, onde o PCC injetava dinheiro do tráfico.

Implicações são amplas: economicamente, fraudes em combustíveis afetam consumidores com produtos adulterados, aumentando poluição e riscos veiculares. Socialmente, fortalece o PCC, que usa lucros para expandir influência em prisões e comunidades. Politicamente, expõe falhas em contratações públicas, com propostas para aprimorar verificações via cruzamento de dados entre CGU, TCU (Tribunal de Contas da União) e Coaf.

A BK nega irregularidades, afirmando cooperação com autoridades. Seus responsáveis não foram localizados para novas prisões, mas a PF busca conexões internacionais, já que o esquema envolvia importações.

Análise Imparcial: Riscos e Lições para o Futuro

Imparcialmente, o caso não implica cumplicidade do Exército ou outras instituições, mas destaca a necessidade de maior escrutínio em parcerias. Fintechs democratizam o acesso financeiro, mas sua rapidez atrai criminosos. Especialistas em compliance sugerem adoção de IA para detectar padrões suspeitos, como depósitos em espécie excessivos.

O Brasil, com mais de 1.000 Fintech registradas, precisa equilibrar inovação e regulação. Leis como a de Lavagem de Dinheiro (9.613/1998) são robustas, mas a execução falha. O caso pode impulsionar reformas, como integração melhor entre BC e PF.

Em resumo, o contrato do Exército com a BK é um sintoma de um problema maior: a infiltração do crime organizado no sistema financeiro. Enquanto as investigações prosseguem, o foco deve ser na prevenção, garantindo que instituições públicas não sejam inadvertidamente usadas em esquemas criminosos.


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Fontes: Metrópoles, Folha de São Paulo, Revista Oeste, Brasil247, Piauí, CNN Brasil, O Globo, DW e VEJA.

Da Redação.

Jornalista


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