Limeira lidera ação regional contra escorpiões

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Capacitação reúne 10 cidades e ensina técnicas de manejo e controle do animal, cuja picada pode ser fatal. Saiba como se prevenir.

Em um movimento estratégico para fortalecer o combate a um dos mais sérios problemas de saúde pública urbana, a cidade de Limeira foi palco, nesta semana, de um treinamento intensivo sobre o manejo e controle de escorpiões. O evento, que reuniu representantes de dez municípios das regiões de Limeira e Campinas, destaca a crescente preocupação das autoridades com a proliferação desses aracnídeos e posiciona o município anfitrião como uma referência técnica na área. A capacitação, que mesclou teoria e prática, buscou unificar protocolos e compartilhar conhecimentos essenciais para proteger a população.

A iniciativa, ministrada pelo renomado especialista Rubens Antônio da Silva, da Coordenadoria de Controle de Doenças de Mogi Guaçu — órgão vinculado à Secretaria Estadual da Saúde —, não ocorreu em Limeira por acaso. Segundo Pedrina Aparecida Rodrigues Costa, coordenadora da Divisão de Zoonoses de Limeira, a escolha reflete o reconhecimento do trabalho que o município vem desenvolvendo. “Limeira foi escolhida para sediar este encontro por ser uma referência no manejo desses animais. A troca de experiências entre os municípios é fundamental para aprimorarmos nossas estratégias e enfrentarmos de forma mais eficaz este desafio”, destacou a coordenadora, sublinhando a importância da colaboração intermunicipal para resolver problemas que não respeitam fronteiras geográficas.

Do Conhecimento Teórico à Ação em Campo

O treinamento foi cuidadosamente estruturado em duas etapas. O primeiro dia, realizado na quarta-feira (17) no Espaço Elo, foi dedicado à imersão teórica. Os participantes aprofundaram seus conhecimentos sobre a biologia, os hábitos e a epidemiologia dos escorpiões. Rubens Antônio da Silva detalhou as três espécies presentes no estado de São Paulo, com foco especial no Tityus serrulatus, o popular escorpião-amarelo.

Esta espécie, explicou o especialista, demonstrou uma impressionante capacidade de adaptação ao ambiente urbano, tornando-se o principal responsável pela maioria dos acidentes registrados no Brasil. “Ele vive em galerias de esgoto e redes pluviais e, muitas vezes, invade as residências por meio de pias, ralos e banheiros. É um animal que requer muito cuidado, porque a picada pode levar à morte, devido ao veneno neurotóxico liberado”, alertou Rubens, enfatizando a gravidade da situação.

Na quinta-feira (18), o conhecimento adquirido na sala de aula foi testado em campo. Os agentes se deslocaram para uma chácara, onde participaram de uma simulação prática de busca e captura. Equipados com botas de segurança, luvas de couro e outros equipamentos de proteção individual (EPIs), eles aprenderam as técnicas corretas para localizar e remover os escorpiões de forma segura, minimizando os riscos tanto para o profissional quanto para os moradores. A atividade prática é crucial, pois solidifica o aprendizado e prepara as equipes para as situações reais encontradas no dia a dia.

Prevenção: A Principal Arma Contra o Perigo Silencioso

Um dos pontos centrais do treinamento foi a desmistificação da ideia de extermínio. O especialista Rubens Antônio da Silva foi categórico ao afirmar que a erradicação completa do escorpião-amarelo do meio urbano é inviável. “O escorpião não será eliminado do nosso meio, precisamos aprender a conviver com ele”, afirmou. Essa declaração reforça que o foco das políticas públicas deve ser o controle populacional e, principalmente, a prevenção.

Nesse sentido, foram amplamente divulgadas as medidas que a população pode e deve adotar para reduzir os riscos. A principal delas é o controle do alimento do escorpião: as baratas. Evitar o acúmulo de lixo, entulhos, materiais de construção e folhas secas é fundamental, pois esses locais servem de abrigo e atraem insetos.

Outras orientações cruciais incluem a vedação de ralos de pias, banheiros e áreas de serviço com telas ou sistemas de abre e fecha, a vedação de frestas em paredes e a colocação de soleiras nas portas. Além disso, foi reforçado o hábito de inspecionar calçados, roupas e toalhas antes do uso, pois os escorpiões costumam se esconder nesses locais em busca de abrigo. A resiliência do animal, capaz de sobreviver até um ano sem água e alimento, torna essas medidas preventivas ainda mais indispensáveis.

O evento contou com o acompanhamento de autoridades locais, como a diretora de Vigilância em Saúde, Renata Albertin, e o supervisor do Núcleo de Capacitação e Humanização da prefeitura, Lucas Amurim de Araújo, demonstrando o comprometimento da gestão municipal com a causa. A capacitação em Limeira representa, portanto, um passo vital para a construção de uma frente unificada e mais bem preparada para lidar com a ameaça dos escorpiões, transformando o conhecimento em ações concretas de proteção à vida.


Você já encontrou um escorpião em casa? 🦂 Conte sua experiência nos comentários e compartilhe estas dicas de prevenção para proteger sua família! 👇🗣️

Fonte: Governo de Limeira.

Da Redação.

Jornalista


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