Filantropos Investem R$ 180 Mi para Salvar o Pantanal

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Oncafari

ONG Onçafari transforma sonho em realidade criando “arcas de Noé” para preservar 500 onças-pintadas e ecossistemas únicos

No coração pulsante da América do Sul, onde a terra respira entre ciclos de seca e enchente, uma revolução silenciosa acontece. O Pantanal, essa joia natural de 210 mil quilômetros quadrados que se estende entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, encontrou seus guardiões modernos. E eles não chegaram de mãos vazias.

A história começa em 2011, quando Mario Haberfeld, ex-piloto de automobilismo, teve uma visão que mudaria para sempre o destino do menor bioma brasileiro. Na propriedade Caiman, do empresário Roberto Klabin, nasceu o Onçafari – um projeto que começou com um sonho simples: fazer as majestosas onças-pintadas conviverem pacificamente com a presença humana.

Mas o que era para ser apenas um safári brasileiro nos moldes africanos se transformou em algo épico. Hoje, treze anos depois, a ONG mobilizou os maiores filantropos do país e levantou impressionantes R$ 180 milhões para uma missão que vai muito além da preservação de um felino: salvar todo um ecossistema vital para o planeta.

As Arcas de Noé do Século XXI

“A metáfora da arca de Noé faz muito sentido: nós compramos áreas para manter um lugar seguro para a fauna e a flora sobreviverem”, revela Teresa Bracher, uma das ambientalistas à frente desta cruzada moderna. E que cruzada é essa.

A estratégia do Onçafari é ao mesmo tempo simples e genial: identificar pequenas propriedades estratégicas – verdadeiras joias geográficas – que possam conectar reservas existentes, criando corredores ecológicos onde a vida selvagem flui livremente. Não se trata de comprar latifúndios, mas de costurar o território como quem tece uma rede de proteção invisível.

Patrícia Lobaccaro, diretora-executiva do Onçafari Internacional, explica que essa presença estratégica permite muito mais que preservação: “Nossa presença, além de estimular a criação de áreas protegidas, cria uma colaboração com o poder público e ajuda a implementar a conservação na prática.”

Números Que Emocionam

Os resultados são de tirar o fôlego. Desde 2020, foram adicionados 66 mil hectares de reservas próprias apenas no Pantanal. As reservas Santa Sofia, São Francisco do Perigara e Mutum já são realidade. Mas o maior projeto ainda está por vir.

Em parceria com o governo estadual, R$ 120 milhões serão investidos na aquisição do Parque Estadual Alagados do Taquari – 130 mil hectares que, se tudo der certo, se tornarão a maior área de preservação de todo o Pantanal. Metade desse investimento vem do próprio Onçafari, financiado por fundações americanas que acreditaram no projeto.

O Milagre dos Felinos

Lá em 2011, avistar uma onça-pintada no Pantanal era quase um milagre. Hoje, após anos de trabalho científico e paciência infinita, quase 100% dos visitantes conseguem observar esses felinos majestosos a poucos metros de distância. Já foram catalogadas cerca de 5 mil onças em safáris na região.

Mas a vida selvagem vai muito além das onças. Grandes grupos de araras-azuis cortam o céu em voos sincronizados, lobos-guarás percorrem as planícies, enquanto pumas, antas e onças-pardas completam um espetáculo que inclui cerca de 25 espécies ameaçadas de extinção.
Sonhos Internacionais

A próxima semana marca um momento histórico. Durante a Climate Week em Nova York, o Onçafari buscará apoio para uma parceria com a Tompkins Conservation – a mesma ONG que está restaurando a biodiversidade na Argentina e no Chile. Juntas, querem criar o maior corredor ecológico do mundo através do Jaguar Basin Project.

O projeto é ambicioso demais para ser medido apenas em dinheiro. Vai além da compra de terrenos, focando em iniciativas pontuais e diálogo direto com governos sul-americanos. É a conservação pensada em escala continental.

A Urgência do Presente

Os números do MapBiomas são um grito de alerta: nos últimos 30 anos, o Pantanal perdeu 60% de sua superfície de água. A exploração intensiva e a crise climática transformaram paisagens ancestrais em cicatrizes abertas na Terra.

Mas onde alguns veem desespero, o Onçafari enxerga oportunidade. “Nós queremos ser exemplo e ajudar a impulsionar a filantropia na agenda climática, algo tão relevante para o País”, declara Lobaccaro, com a convicção de quem sabe que cada hectare preservado é uma vitória contra o tempo.

O Onçafari não atua apenas no Pantanal. Seus braços se estendem pela Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Pampa, trabalhando em frentes que vão do ecoturismo à educação, da ciência à reintrodução de espécies.

Em outubro, no Hotel Unique em São Paulo, mais um jantar beneficente reunirá aqueles que acreditam que a preservação não é apenas necessária – é urgente. E enquanto os filantropos se reúnem em salões elegantes, lá no Pantanal, as onças-pintadas continuam sua dança ancestral, agora protegidas por uma rede de amor que se estende do Brasil ao mundo.

Esta é a história de como sonhos individuais se transformaram em esperança coletiva. De como R$ 180 milhões não compram apenas terra, mas compram futuro. E de como, às vezes, salvar o mundo começa salvando um felino por vez.


Compartilhe esta história de esperança! 🌱 Cada share ajuda a espalhar conscientização sobre a importância da preservação do Pantanal. Juntos, podemos fazer a diferença! 💚🐆 #SalveOPantanal

📍 FONTE: neofeed.com.br

Da Redação.

Jornalista


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