Gaspar confronta silêncio de Careca em escândalo do INSS

Deputado transforma 150 perguntas em libelo contra suspeito de roubo bilionário a aposentados
Brasília — Em uma sessão marcada por tensão, acusações contundentes e silêncio estratégico, o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), protagonizou um dos momentos mais intensos da investigação sobre o escândalo bilionário que atingiu milhões de aposentados e pensionistas brasileiros.
Durante 50 minutos, Gaspar transformou suas 150 perguntas em um verdadeiro libelo acusatório contra Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado pela Polícia Federal como operador central de um esquema que desviou cerca de R$ 6,3 bilhões da Previdência Social.
O relator, com histórico como procurador e ex-secretário de Segurança de Alagoas, não poupou palavras. Chamou Antunes de “ladrão”, “quadrilheiro” e “autor do maior roubo aos aposentados da história do Brasil”. Em sua fala, Gaspar chegou a afirmar que, se a legislação brasileira permitisse, o acusado mereceria prisão perpétua ou pena de morte.
Antunes, preso preventivamente desde 12 de setembro, compareceu à CPMI amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, que o desobrigou de prestar compromisso de dizer a verdade. Como previsto, o empresário permaneceu em silêncio diante dos questionamentos do relator.
Gaspar buscou esclarecer quando e como a estrutura criminosa foi montada dentro da Previdência, e se Antunes contou com o aval de agentes públicos para operar os desvios. Uma foto apresentada pelo relator mostra o empresário ao lado de diretores do INSS e do atual ministro da Previdência, Wolney Queiroz, em janeiro de 2023, quando Queiroz ainda era secretário-executivo da pasta.
“Fico imaginando o senhor distribuindo brindes milionários a funcionários corruptos da Previdência. Quanto essa turma recebeu do senhor, do dinheiro roubado dos aposentados?”, questionou Gaspar.
O relator também levantou suspeitas sobre o crescimento patrimonial de Antunes, que teria acumulado R$ 14 milhões em apenas três meses de 2024. Segundo Gaspar, há indícios de que o empresário obteve informações privilegiadas sobre a operação “Sem Desconto” da Polícia Federal, que revelou o esquema.
Em sua breve fala inicial, Antunes classificou a prisão como “extremamente grave” e baseada em “premissas equivocadas”. Alegou que as denúncias contra ele foram motivadas por “mentira, inveja e calúnia” de um ex-sócio comercial. Admitiu que uma de suas empresas prestou serviços a entidades envolvidas nos descontos irregulares, mas negou qualquer envolvimento direto no esquema.
A sessão foi marcada por tumultos. Após Gaspar reiterar que estava diante do “maior ladrão de aposentados do Brasil”, o advogado de Antunes, Cleber Lopes, protestou, gerando bate-boca entre parlamentares. O deputado Zé Trovão (PL-SC) chegou a se levantar e apontar o dedo contra o advogado, obrigando o vice-presidente da CPMI a suspender temporariamente os trabalhos.
Gaspar encerrou sua fala com um alerta:
“O senhor hoje é um arquivo vivo, que para alguns vale mais morto do que vivo. Engana-se pensando que está protegido. Não vai tardar o dia em que estará numa cela, e seus amigos vão lhe tratar como uma doença contagiosa.”
A CPMI segue com os trabalhos, tendo aprovado a quebra de sigilos bancário e fiscal de diversos envolvidos. Segundo Gaspar, apenas 10 das 40 associações investigadas foram analisadas, mas os desvios já ultrapassam R$ 1 bilhão. O relator promete seguir o rastro do dinheiro e responsabilizar todos os beneficiários do esquema.
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📚 Fonte: Diário do Poder + O Povo + R7 + Jornal do Comércio + Correio do Povo + Itatiaia + Valor Econômico + Agência Brasil + Diário do Poder.
Da Redação.
Jornalista
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